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Economia
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Combustível
Diminuição da cotação do dólar deve impactar o preço da gasolina

Desvalorização é fruto o cenário eleitoral; nos postos, redução ainda demora um pouco

Flávia Kurotori
Especial para o Diário
10/10/2018 | 08:42
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


Após atingir altas históricas, ultrapassando R$ 4, o dólar voltou a cair nesta semana. Impactada pelo resultado do primeiro turno das eleições, a moeda fechou a R$ 3,76 na segunda-feira e, ontem, a R$ 3,71, sendo as menores cotações em dois meses. Com isso, o preço da gasolina nas refinarias caiu 1,23%, passando de R$ 2,216 para R$ 2,189.

“Nós importamos petróleo refinado e, com o dólar alto, essa operação se torna muito cara. Assim, conforme o real valoriza, os custos para importar diminuem e reduzem o preço da gasolina”, afirma Sandro Maskio, economista da Universidade Metodista.<EM>

Isso acontece porque, desde julho de 2017, o valor do combustível fóssil sofre reajustes de acordo com a cotação internacional do barril do petróleo. Em setembro, a Petrobras anunciou que poderia manter o valor estável por até 15 dias, aumentando a previsibilidade de custos. Porém, desde então, o preço se manteve estável por, no máximo, sete dias.

Nas bombas, o repasse pode demorar para chegar. “Mesmo com viés de baixa, os cortes são muito baixos, na casa de R$ 0,01, R$ 0,02. Por isso, os postos esperam um gatilho para repassar ao consumidor. Isso vale tanto para queda quanto para aumento”, assinala Wagner de Souza, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Grande ABC).

Souza, no entanto, assegura que não é possível estimar em quanto tempo o consumidor sentirá a diferença ao abastecer seu veículo, uma vez que os estabelecimentos praticam livre mercado e o valor cobrado pelos combustíveis varia conforme os custos para manutenção do negócio.

Segundo Souza, outro fator que freia a diminuição do preço nos estabelecimentos é a quantia estipulada pelas distribuidoras. “Elas nem sempre repassam e, às vezes, o valor não é o mesmo para todos os postos. Por exemplo, para uma rede o custo pode ser menor do que para aqueles que possuem apenas um posto”, destaca.

TENDÊNCIA

Na avaliação de Maskio, a oscilação da moeda norte-americana depende do rumo das campanhas eleitorais para o segundo turno. “Para o mercado, a direita (no caso, o candidato Jair Bolsonaro, do PSL) é melhor, por isso, caso as pesquisas apontem para sua vitória, o real tende a se valorizar.

Em cenário de vitória de Fernando Haddad (PT), o dólar pode voltar a subir. “O problema que o mercado vê não é o candidato em si, mas sim quem vai tocar a política, ou seja, seu grupo político”, pontua Maskio. Entretanto, o economista salienta que a previsão do comportamento da divisão só poderá ser feita após o resultado da votação, no dia 28.

FISCALIZAÇÃO

A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, por meio da Operação de Olho na Bomba, lacrou e cassou a licença estadual do Auto Posto Platino, em Diadema, onde os combustíveis estavam em desconformidade com as especificações da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Vale dizer que, nesta situação, os sócios do estabelecimento ficam impedidos de exercer o mesmo ramo de atividade por cinco anos.

O órgão realizou, em setembro, duas ações no Grande ABC, resultando na coleta de combustíveis em cinco postos. As irregularidades mais comuns são a adição de água no etanol ou de solventes na gasolina e adulteração do etanol ou gasolina com metanol, afirma o Fisco, que também fiscaliza o pagamento de tributos estaduais.

Desde o início da operação, em 2005, foram cassadas as inscrições estaduais de 83 postos da região. “As irregularidades continuam concentradas em empresários que agem continuamente de má-fé”, observou a Fazenda, por nota.

“Essas ações são positivas porque defendem o revendedor sério, que vende produtos de qualidade a preços justos”, avalia Souza. “Antes, os postos irregulares eram 3%, mas nos últimos anos tem chegado a 25%”, completa. 




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