Prefeito de Mauá retornou ao cargo, mas ainda pisa em ovos para reconquistar apoio do Legislativo
De volta ao cargo de prefeito de Mauá desde o dia 12 por força de liminar, Atila Jacomussi (PSB) agora enfrenta outro obstáculo: reconquistar sua base aliada na Câmara, desfragmentada desde que foi preso no âmbito da Operação Prato Feito, sob suspeita de lavagem de dinheiro.
A vitória jurídica que conquistou ao obter aval provisório do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para suspender seu afastamento do Paço não foi suficiente, segundo apurou o Diário, para retomar, no mínimo, o apoio político que desfrutava no Legislativo mauaense antes de ir para a cadeia – foi solto 36 dias depois, também por intermédio de liminar concedida por Gilmar.
Desde que retornou ao cargo, Atila tem pisado em ovos para reconquistar a adesão de boa parte dos vereadores que, com seu afastamento, se aproximou do grupo da então prefeita interina Alaíde Damo (MDB). “Ela (Alaíde) tratou bem a Câmara. Deu espaço (no governo) que o próprio Atila não deu”, disse um parlamentar que é próximo do prefeito. Para não criar novo desconforto com os parlamentares, Atila ainda não exonerou boa parte dos funcionários comissionados indicados pelos vereadores quando o clã Damo estava na chefia do Paço.
Outra prova de que o socialista tem procurado agradar a Câmara são os afagos que tem feito individualmente a parlamentares nas suas redes sociais, associando as imagens de alguns vereadores a conquistas recentes, como compra de ambulâncias.
A análise que alguns parlamentares fazem é que o prefeito adotará a postura paz e amor pelo menos até o fim do ano, quando ocorrerá nova eleição para a presidência da Câmara para o biênio 2019-2020. O cargo, que está em segundo lugar na linha de sucessão municipal em caso de vacância da cadeira de prefeito, passou a ser estratégico para Atila diante da instabilidade político-jurídica criada com as investigações. Atualmente, o posto está sob o comando do próprio pai do prefeito, o vereador Admir Jacomussi (PRP), e foi justamente esse alinhamento entre pai e filho que freou a tramitação de qualquer movimento contrário a Atila, como a abertura de processo de impeachment – dois pedidos, impetrados pelo PT e pela Rede, foram rejeitados.
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