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Musical
Dentro do ritmo da bateria

Crianças lidam com desafios e diversão de tocar elementos que fazem o som do instrumento

Por Tauana Marin
Diário do Grande ABC
16/09/2018 | 07:00
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Fotos: Denis Maciel


Pronto para ser comemorado na quinta-feira, o Dia do Baterista faz jus a crianças que se encantam pelas batidas. Elas buscam extrair sons, reproduzir canções e sonham em, um dia, tocar com perfeição a partitura que quiserem. Como outros instrumentos, exige concentração, habilidade e paixão, além de catalisar toda a energia típica da infância.

Com muita disposição, Mariana Hodas dos Santos, 7 anos, participa de aulas de ‘batera’. A andreense tem motivos para estar inserida no universo musical: o pai toca guitarra, o irmão, contrabaixo, e a mãe canta. “Desde pequena gosto de música e comecei em janeiro a me aventurar na bateria. Gosto do instrumento porque ouço rock e a bateria é fundamental. Kiss é minha banda preferida. Quero também aprender a tocar as canções do (grupo) Gorillaz.”

Ela tem aula semanal na Academia do Rock, em Santo André, e pretende tocar em banda mais para frente. “Estou aprendendo a acompanhar os outros instrumentos. Isso leva tempo, não é simples.”

Quem também participa do curso é Gabriel Matiuci Banzoli, 7, que comanda as baquetas há um ano. “Bateria faz barulho e eu gosto. Para ajudar nas aulas, vejo vídeos no YouTube das pessoas tocando.” Os objetos da casa se transformam constantemente em extensão dos elementos do instrumento e o garoto sonha em reproduzir canções de seus filmes favoritos. “Já aprendi umas do Shrek, Os Smurfs e a Vila Perdida , Carros e do Pica-Pau – O Filme”, conta. “Acostumei a fazer os gestos com as mãos o tempo todo, como se estivesse na frente da bateria mesmo.”

Os desafios da habilidade necessária chamaram a atenção de Ana Julia Mendes, 9, durante os quatro meses de aulas até agora, nos quais conseguiu acompanhar diferentes ritmos. “Tirar som do bumbo, para mim, é o mais difícil, porque preciso ter coordenação com os pés. Além disso, tem que bater forte para o som ficar bom. A agilidade com a troca das mãos também é complicada no começo”, explicou.

A menina é fã de hard rock e sempre acompanha o som da banda australiana AC/DC. “Tocar é uma satisfação pessoal. Tenho falado bastante disso e acho que vou acabar incentivando minha prima a tocar também.” Para a lição de casa, os pequenos bateristas precisam ouvir muita música e prestar atenção nas poderosas batidas.

Instrumento foi aperfeiçoado com o tempo

O instrumento conhecido como bateria nasceu em meados de 1890, quando músicos juntaram vários tambores e começaram a extrair sons. No entanto, foi na década de 1930, com a criação dos pedais (acionados com os pés), que ele ficou com a cara que conhecemos hoje.

Ele é formado por diversos elementos, tendo, basicamente, bumbo, caixa, chimbau, surdo e pratos. Para tocar, é necessário o uso de baquetas, parecidas com varinhas de madeira, cada uma delas em uma das mãos.

A bateria pode ser caracterizadas como atividade muito democrática, uma vez que sempre abre espaço para mais possibilidades. Itens de percussão, por exemplo, podem ser acoplados, assim como a quantidade de pratos e acessórios.

No passado, era item bastante associado ao universo sonoro do rock, muito por causa do impacto das batidas e pelo barulho gerado em sua execução. Hoje é instrumento que funciona em vários estilos, como jazz, MPB e sertanejo, e sua diversidade acaba sendo chamativa para o público.

Três meses de aula, em média, são capazes de fazer o aluno realizar acompanhamentos e tocar um pouco. As dificuldades iniciais passam pelas repetições de movimentos e dos mecanismos. Com o passar do tempo, as ações refletem diversão por trás dos sons da bateria.

O solo de bateria realizado por John Bonham na música ‘Moby Dick’, da banda Led Zeppelin, é considerada uma das maiores performances do instrumento. Em apresentações ao vivo, o britânico ficava tocando por até 20 minutos

DESTAQUE. O baterista Iggor Cavalera, natural de Minas Gerais, tem carreira marcada por potentes batidas de rock que apresentou no grupo Sepultura e, atualmente, no projeto de thrash metal Cavalera Conspiracy

ANIMAL. O personagem do universo dos Muppets foi inspirado na junção de alguns dos
mais insanos bateristas da história, principalmente nas maluquices do britânico Keith Moon, ex-integrante da banda The Who

Consultoria de Douglas Oliveira e Wesley Bitencourt, professores de bateria da Academia do Rock, de Santo André.
 




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