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Após carta do Diário, candidatos ao Estado fazem promessas à região

No domingo passado, jornal e USCS apresentaram gargalos do Grande ABC; só após documento é que postulantes se comprometeram com sete cidades

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/09/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A partir de painel realizado pelo Diário em parceria com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que apontou os gargalos centrais do Grande ABC, candidatos na disputa pelo Estado se comprometeram com parte da agenda regional, apesar de os planos de governo dos concorrentes no páreo paulista apresentarem apenas ações, em sua maioria, genéricas e superficiais. Em resposta ao debate proposto na última semana, os postulantes destacaram atuar no mandato para atenuar problemas crônicos locais, com prioridade à Linha 18-Bronze, que teve contrato assinado ainda em 2014, mas até hoje sem efetividade.

No total, são 12 pleiteantes ao Executivo estadual, com Orçamento vigente de R$ 216,9 bilhões. Cinco entre as principais figuras da empreitada se responsabilizaram em destravar pontos abordados e auxiliar a região, que contabiliza 2,7 milhões de habitantes. O painel abrangeu oito áreas medulares, levantados por especialistas, desde Saúde e Educação a Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Econômico.

Pleiteante ao Palácio dos Bandeirantes pelo MDB, o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf pontuou que o Grande ABC é de fundamental importância para o Brasil e São Paulo, porém “sofre com o abandono do Estado”. “Fico feliz de dizer que para vários pontos citados pelo painel nós já temos propostas e soluções. Por exemplo, vou implementar Educação em tempo integral nos primeiros anos do Ensino Fundamental, adequando e melhorando a infraestrutura das escolas.”

Skaf falou em apoiar os municípios no custeio da Saúde, sem, no entanto, detalhar a proposta. Na Segurança Pública, o emedebista citou implantar duas delegacias da mulher na região, uma em Santo André e outra em São Bernardo. “Essas cidades possuem mais de 500 mil habitantes e só uma delegacia cada”. Sobre mobilidade, relatou investir na Linha 18 e trem intercidades. “Parece que os governos do PSDB não gostam do Grande ABC. Prometeram fazer a Linha 18, mas nem a desapropriação dos terrenos começou a ser feita. Vamos tirar do papel, direcionando recursos específicos e reavaliando prazos e termos da PPP (Parceria Público-Privada) vigente.”

Candidato pelo PSDB, o ex-prefeito da Capital João Doria reiterou, na Segurança, a criação de unidade do Baep (Batalhões de Operações Especiais de Polícia) na região, “com 300 agentes militares”. “É força tática altamente qualificada que funcionará aqui, e ao lado um Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Serão polícias Militar e Civil agindo em conjunto, policiamento 24 horas”, afirmou o tucano, na data da publicação da carta aberta aos postulantes, no domingo. Referente à vinda do Metrô, o tucano disse que buscará financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para ativar o contrato. “Essa é a razão que impediu que a Linha 18 já estivesse em construção. Ela será retomada e será entregue.”

Nome do PT na disputa, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho defendeu colocar o Estado “em sintonia com o denominado Plano ABC”. “É programa ousado de mobilidade, conjunto de políticas na Saúde, Segurança, possível conectar em São Paulo, que sempre empurrou com a barriga a modernização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). É necessário não só da Linha 10 (Turquesa), mas das outras também. Precisa criar condições dignas para enfrentar dramas, como integração de modais, tarifa, sair do vexame da lógica de anunciar obras e não fazer. É o caso da Linha 18”, criticou.

O petista considerou que é possível destravar com “dinheiro do próprio tesouro”. “Remanejando verba, tornando mais eficiente, acabando com os ralos do Orçamento. É possível criar outra condição para auxiliar a região, como partilhar o custeio de Samu e das UPAs no Estado.”

No comando de São Paulo há cinco meses, Márcio França (PSB), candidato à reeleição, assinalou, em entrevista antes da apresentação do painel, que há intervenções fortes previstas à região. “A primeira vai começar no dia seguinte à eleição, porque agora não posso fazer (por limitação da legislação eleitoral), que é recapear a Avenida dos Estados, em parceria com os municípios. Estou tentando fazer com Santo André, porque se fizer acordo da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) posso liberar recurso”, alegou, referindo-se às negociações da dívida do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Sobre a Linha 18, sintetizou que trará o “Metrô que vocês ouvem tanto do (Grande) ABC. “É importante”, emendou, sem pormenorizar, porém evitando resgatar ideia anterior de criar contribuição de melhoria.

Postulante do Novo, Rogério Chequer, debutante em eleições, sustentou que a região “é uma das principais áreas da Grande São Paulo, mas recebe pouco destaque do poder público”. Na Segurança, segundo o ex-líder do Vem Pra Rua, a proposta é firmar parcerias com os municípios para ajudar na identificação de locais com maior criminalidade.

“A prefeitura entrará com a parte de zeladoria e o Estado, com o policiamento ostensivo. É sabido que as ruas com menos iluminação e mais bares clandestinos têm mais criminalidade. Um bom exemplo vem de Diadema, que, após implementar política que antecipou o horário de fechamento de bares, conseguiu reduzir seus índices de criminalidade.” Em relação à Linha 18, falou em viabilizar a parceria privada e “regras claras no contrato para que aditivos e atrasos por falta de pagamento” não adiem o cronograma ou extrapolem o limite orçamentário.” 




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