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Clima quente
Debate acirrado com acusações de corrupção marca tom entre candidatos ao Estado

Sete dos 12 postulantes ao cargo participaram do programa; Doria e Skaf foram os principais alvos de ataques dos rivais

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
17/08/2018 | 07:59
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O debate realizado ontem pela Band, diferentemente do que aconteceu na semana passada com os presidenciáveis, ficou marcado pelo tom acirrado entre os candidatos a governador de São Paulo, tendo na figura de João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) os principais alvos de ataques, justamente os dois que aparecem na frente nas pesquisas de intenção de voto ao Estado. O programa envolveu sete dos 12 postulantes ao cargo, com as participações do atual chefe do Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Lisete Arelaro (Psol), Marcelo Candido (PDT) e Rodrigo Tavares (PRTB).

A discussão teve clima quente em diversos momentos do debate – com duração de duas horas e 20 minutos –, norteada em cima de casos de corrupção, e com escassos lampejos de apresentação de propostas de governo. Não faltaram confrontos, ficando claro os rivais colocados no páreo, que, aparentemente, tende a ser um dos mais concorridos dos últimos 16 anos. Desde 2002, não tem segundo turno.

Logo nos embates iniciais, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho fez duelo à parte com Doria. O petista introduziu questionamento sobre a renúncia do tucano do posto de prefeito da Capital. “Como explica a péssima avaliação em tão pouco tempo?”, indagou. Na resposta, o ex-chefe do Executivo paulistano citou que “se tivesse tão mal não estaria na liderança de pesquisas”, e retrucou ao lembrar que o adversário é réu por irregularidades na construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. “O senhor também foi citado em delações da Obrebrecht e da OAS. Qual sua definição de ética?”, rebateu. Marinho mencionou os denunciados do PSDB em irregularidades na construção do Rodoanel. “Onde anda Paulo Preto?”. Doria devolveu: “Onde anda o Lula? Eu respondo, preso, em Curitiba, condenado a 12 anos de prisão, por corrupção.”

Aliados em 2016, França e Doria se estranharam, com o socialista resgatando a renúncia do tucano. Há dois anos, o PSB integrou o arco de aliados de Doria, então candidato à prefeitura de São Paulo, vislumbrando reciprocidade, com o PSDB endossando sua candidatura à reeleição. “Não mudei de ideia, quem muda de ideia constantemente é você. Por 43 vezes você prometeu, para mim e para o cidadão paulistano, que cumpriria o mandato, que seria o melhor prefeito de São Paulo. Disse, em discurso, que eu era liderança considerável, parte da vitória devia a mim. Minhas ideias são as mesmas. Não traio meus amigos”, disparou o socialista, insinuando que Doria tentou atropelar o plano político do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) de ser presidenciável. A renúncia de Doria também foi pauta da conversa entre Lisete e Candido. O pedetista, aliás, criticou as constantes desistências de mandatos de tucanos. “São Paulo virou trampolim para projetos maiores. Infelizmente essa descontinuidade só prejudica o Estado.”

Skaf também foi alvo dos adversários. Em 2014, quando o MDB apoiou a reeleição de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, esse fato foi amplamente explorado contra a campanha de Skaf, e o então candidato ao Estado teve dificuldades de se esquivar. Neste ano, os rivais buscaram vincular a imagem impopular do presidente Michel Temer (MDB) à de Skaf. França, por exemplo, lembrou que o concorrente trocou o PSB pelo MDB. “Partido do presidente Temer, dos governos do Rio de Janeiro (referindo-se a Sérgio Cabral, preso por corrupção). Não sei se paulista está acostumado a ter um governo igual ao do Rio de Janeiro. O presidente Temer é honrado, merece nossa confiança?”, indagou França. Skaf evitou o tema, dizendo não ter padrinhos na política. “Optei por não fazer coligação justamente para não ter o troca-troca eleitoral, com governo começando loteado. Quero discutir o futuro, não o passado.”

O Grande ABC esteve em pauta dos candidatos, quando Marcelo Candido e Lisete Arelaro foram indagados por jornalista da Band a respeito de políticas para destinação final de resíduos sólidos. “Temos baixíssima reciclagem do lixo. Situações como lixões são atraso, é morte de nossas florestas, de nossa água e de nossa vida”. Candido lembrou sua passagem à frente da prefeitura de Suzano ao argumentar que as cidades sofrem com falta de incentivo para adoção de políticas alternativas. Lisete resgatou o período no qual foi secretária de Educação em Diadema e citou o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. “Mauá (onde há aterro sanitário), se começar a se recusar a receber o lixo de Santo André, São Bernardo e São Caetano, a região estoura.”

Mais novo na disputa, com 37 anos, Rodrigo Tavares mostrou nervosismo – é sua primeira eleição. Sua tática, porém, foi a de tentar se vincular à candidatura a presidente do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), já que o PRTB indicou o vice da chapa do parlamentar.

Outros cinco nomes concorrem ao governo de São Paulo: Edson Dorta (PCO), Major Costa e Silva (DC), Claudio Fernando (PMN), Rogério Chequer (Novo) e Toninho Ferreira (PSTU). 




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