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Da banca, foi possível ver a cidade mudar
Bianca Barbosa
Especial para o Diário
30/07/2018 | 21:57
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As violetas na decoração e a música animada vinda do rádio podem até chamar a atenção de quem passa pela Avenida Alda, no Centro de Diadema, mas o verdadeiro diferencial da banca, que homenageia o nome da via, é a carismática jornaleira Teresa Arvani Gonzaga, 54 anos. Dona do local desde 2001, a mulher conta que são tempos difíceis para quem vende jornais e adverte os interessados no ofício: “Se for para sobreviver da banca, hoje não vale a pena investir no ramo”.

Tudo começou com a ideia do marido: “Ele viu o anúncio daqui, me mostrou, conversamos e decidimos comprar. Era um negócio que cuidávamos juntos”, contou. Os dois viveram momentos de muita alegria no local, até a morte do marido, em 2012. Após o ocorrido, Teresa diminuiu o ritmo, e hoje inciai sua jornada às 7h e vai embora em torno das 14h. Isso porque acumula as funções de avó no tempo livre. “Sou babá, Uber, cozinheira, médica”, brincou. As netinhas Júlia e Bárbara, 9 e 2 anos, respectivamente, são o orgulho da jornaleira. “Elas gostam de vir aqui, a Júlia é conhecida por todo mundo que passa”, falou, sobre a menina mais velha, que herdou a popularidade da avó.

Gostar de conversar é qualidade necessária para quem é jornaleiro, segundo Teresa. Ela brinca com todos que passam pelo local, e afirma que “é muito bom trabalhar aqui, a gente fala com as pessoas o tempo todo, não fica sozinha”. Enquanto o metalúrgico aposentado José Abílio, 84, fazia compras no local, a equipe do Diário aproveitou para perguntar o que ele achava da jornaleira. “Gosto muito dela”, disse. E Teresa já completou: “Ai dele se falar que não gosta”, gargalhou.

Mas engana-se quem pensa que é só bate-papo enquanto está na banca. Durante o trabalho, ela presta atenção em tudo o que acontece ao redor. “Um tempo atrás uma senhora foi atropelada e corri para ajudar. Até hoje ela passa aqui e conversa um tempão comigo”, comentou. Apesar de o local ser movimentado, nos 17 anos Teresa foi assaltada sete vezes. “Já levaram carro, dinheiro, mas aqui na avenida até que é seguro, ruim mesmo é nos arredores.”

Por ter salão comercial, a banca acaba sendo um hobby, mas já ajudou muito: “Com o dinheiro daqui, quando vendia bem, troquei carro, fiz implante dentário.” Teresa sonha em viajar e conhecer todo o Brasil, mas para isso precisa tirar férias da banca, coisa difícil, como diz: “Às vezes trabalhar aqui me atrapalha, mas por outro lado dou tanta risada com meus amigos que vale a pena.” No decorrer dos anos, Teresa viu muita coisa mudar na cidade, tanto para o lado bom quanto para o ruim. “Vi prédios sendo construídos, a cidade avançando. Mas a Saúde, por exemplo, está morta em Diadema.” Entre os objetivos que almeja para a cidade está Educação de qualidade para as crianças. “Esse é o futuro.” 




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