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Grande ABC volta a contratar após 5 anos

No primeiro semestre de 2018 foram criadas 6.082 vagas, o melhor resultado desde 2013

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
21/07/2018 | 07:19
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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas


O saldo de empregos formais no Grande ABC voltou a crescer no primeiro semestre de 2018, com a criação de 6.082 postos de trabalho, após cinco anos. Mesmo com o resultado negativo de junho – o segundo em 2018, após janeiro –, que registrou o fechamento de 580 vagas, a região alcança o melhor número para o período desde 2013. Com exceção do comércio, os principais setores do mercado de trabalho voltaram a contratar.

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados ontem pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). O segmento responsável pelo maior número de contratações foi o de serviços, com 4.901 postos de trabalho gerados. A indústria e a construção civil também voltaram a contratar em 2018, com a criação de 1.631 e 1.093 postos de trabalho, respectivamente. Em contrapartida, o comércio demitiu 1.177 trabalhadores.

De acordo com especialistas, mesmo com a oscilação mensal, o número representa retomada do mercado de trabalho após um período intenso de crise. “Nos números do mês, a questão da greve dos caminhoneiros mexeu bastante com toda a cadeia produtiva. Mas, quando você analisa o saldo do ano, há processo de recuperação lenta, o que no dado mensal ainda oscila. No País, mesmo no mês de junho, a indústria se aqueceu um pouco em todo o País. Outro dado importante foi a recuperação da construção civil, o último setor que se recuperou, por conta da retomada de muitas obras públicas”, afirmou o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

O economista e professor coordenador do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Jefferson José da Conceição pontuou que ainda é um momento de instabilidade nas economias brasileira e mundial. “O cenário ainda é de incerteza, com o elemento da guerra comercial e a tendência com a valorização da taxa de juros, o que dificulta a recuperação. Outro aspecto é a necessidade de construir novos indicadores de emprego, já que os atuais são frágeis. Tivemos uma reforma trabalhista que trouxe muitas mudanças, como o empregado intermitente, que acaba entrando neste saldo, mesmo que não tenha demanda para o trabalho. Também precisamos de um indicador que mostre a renda, que é como vamos medir de fato a recuperação”, explicou.

“O setor de serviços tende a se recuperar primeiro, já que este tipo de empregado é mais barato e mais rápido de ter contratação. É bastante positivo o crescimento da indústria, que há anos está com taxas próximas de zero ou negativas. As contratações no setor industrial significam que o segmento deve ser apoiado por políticas governamentais, como o Rota 2030 (destinado à indústria automobilística). Também é necessária a retomada do programa de incentivo à indústria química e outros setores”, analisou Conceição.

Para os próximos meses, a previsão é que a definição do cenário eleitoral em outubro determine os rumos de contratações. “A partir do início do segundo semestre vamos ter uma pequena aceleração do crescimento econômico. Mas, se eventualmente surgir uma candidatura que não esteja em conformidade com o que o mercado espera, a tendência é a retração”, disse Balistiero.

REGIONAL
Dentre as sete cidades, a responsável pelo maior número de contratações no ano foi São Bernardo, com a abertura de 2.800 vagas. Em seguida vem São Caetano, com 1.935 e Mauá, com 607 (leia mais na arte acima). Apenas Rio Grande da Serra registrou o fechamento de postos (-208) no período. No espaço de 12 meses, além de Rio Grande (menos 368 vagas), Diadema (-115) e Ribeirão Pires (-152) amargaram a perda de vagas. 




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