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Pesquisa de diagnóstico na Educação coloca Dinah na berlinda

Clima de insatisfação impulsionou Prefeitura de Santo André a realizar levantamento com profissionais do setor; resultado sairá na 2ª quinzena

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/07/2018 | 07:15
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Denis Maciel/DGABC


Pesquisa interna junto aos profissionais da Educação de Santo André colocará em xeque a atuação da secretária Dinah Zekcer (PTB), ex-vice-prefeita da cidade. Clima de insatisfação na Pasta, externado por servidores de carreira e também nos bastidores, teria motivado o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) a iniciar esse levantamento, que visa, a princípio, fazer diagnóstico da área, ouvindo professores, diretores e assistentes pedagógicos. A sondagem começou com a interrupção do período escolar – nas férias – e tende a indicar resultado na segunda quinzena de julho.

A proposta inicial do formulário é colher a percepção do cenário, atualmente considerado insatisfatório, diante do volume de reclamações – parte do movimento foi exposta nas manifestações do funcionalismo. As principais queixas, segundo informações extraoficiais, tratam de problemas de gestão no setor, o que se tornou alvo de críticas da base governista na Câmara. A situação teria se agravado a partir da saída da então adjunta, Cleide Bochixio, que, em setembro, aceitou convite para exercer o mesmo cargo na Secretaria Estadual de Educação. Dinah está no comando da Pasta desde a entrada de Paulo Serra no Paço, em 2017, e possui o controle das nomeações.

A diretoria de Educação Infantil e Fundamental, gerida por Marcia Godinho Stangini, é departamento que tem sofrido avaliações negativas. A ideia final passa por identificar os grandes gargalos e evitar aprofundamento de desgaste na área, impactando em trocas de nomes. Para minimizar esse panorama, há plano da cúpula política de anunciar – depois de um filtro – algumas sugestões dos profissionais do setor como próximos passos da administração tucana, uma espécie de “pacto da Educação”.

Paulo Serra, de acordo com relatos de pessoas próximas, articulava nos bastidores pelo retorno de Cleide – ligada ao tucanato paulista, e já havia sido titular da Educação em Santo André –, principalmente com a renúncia do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o posto para ficar apto à disputa ao Planalto. Existia sinalizações de que ela poderia voltar até como secretária, só que João Cury Neto (então tucano e hoje sem partido) assumiu o setor estadual, em abril, já na gestão de Márcio França (PSB), e assegurou a manutenção da número dois.

Com a interlocução para a vinda de Cleide, as tratativas envolviam realocar Dinah em área mais política, junto ao gabinete. A permanência da ex-adjunta em São Paulo frustrou as expectativas do Paço. Vereador de sustentação, Fábio Lopes (PPS) pontuou que faltam “ideias inovadoras” para aplicação na área. “Tem muita coisa errada, não há capacidade de estímulo aos alunos. A Dinah exercia função política importante até o ano passado quando tinha a Cleide, mas hoje é preciso repensar.”

Titular da unidade de Articulação Política, Donizeti Pereira (PV) ponderou que inovação depende de investimento, e que é necessário verificar qual a capacidade de recursos. Frisou que vê com estranheza esse “desconforto” na Pasta. “Para mim, é novidade”. Paulo Serra e Dinah não foram localizados para falar do caso.

Ex-petistas assumem cargo no governo

Superintendente do Serviço Funerário de Santo André no governo Carlos Grana (PT), José Antônio Ferreira, conhecido como Gordo, e o ex-vereador José Montoro Filho, o Montorinho (ex-PT), foram nomeados para atuar no Paço andreense. Próximo de Grana, Ferreira entrou no governo Paulo Serra (PSDB) ao ser indicado para exercer cargo de assessoria na Pasta de Manutenção e Serviços Urbanos, setor atualmente chefiado por Carlos Bianchin.

Ferreira, que já encaminhou desfiliação do PT, ficou por quase três anos no Serviço Funerário. Após esse período, ele foi realocado e foi trabalhar de adjunto na Pasta de Governo, no lugar do hoje vereador Willians Bezerra (PT), auxiliando Arlindo José de Lima (PT), figura que fazia a articulação do governo com a Câmara.

Montorinho, por sua vez, aceitou convite para atuar no posto comissionado como assessor especial da unidade de Assuntos Institucionais e Comunitários, área gerida pelo vice-prefeito Luiz Zacarias (PTB). Militante histórico do petismo, ele entregou carta de desfiliação do partido em abril. Terceiro mais votado da legenda na cidade em 2016, com 3.956 votos, foi impedido de assumir a cadeira depois de ter sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, sendo enquadrado na Lei de Ficha Limpa.

Com a nomeação ontem de Montorinho, ele segue o caminho dos ex-vereadores José de Araújo (PSD) e Sargento Juliano (PSB), que assumiram cargos na gestão tucana, após também terem obtido votação para serem eleitos, mas que acabaram barrados no pleito.

A indicação de Montorinho teria partido do presidente da Câmara, vereador Almir Cicote (Avante). No mês passado, o ex-parlamentar, que exerceria seu oitavo mandato consecutivo no Legislativo municipal, anunciou apoio à pré-candidatura de Cicote a deputado estadual no pleito de outubro.  




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