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Na região, pequenas empresas faturaram R$ 2,4 bilhões a mais

No quadrimestre, incremento na receita das MPEs ante 2017 foi similar aos ganhos de abril do ano passado

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
15/06/2018 | 07:13
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EBC


As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC faturaram R$ 11,9 bilhões no quadrimestre. A quantia é 24,6% maior do que no mesmo período em 2017, quando entraram nos caixas das firmas da região R$ 9,5 bilhões – a diferença, de R$ 2,4 bilhões, é equivalente à receita total obtida em abril do ano passado, quando foi registrado o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1999. Os dados são da pesquisa mensal do Sebrae-SP e foram divulgados ontem.

Na avaliação de Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae-SP, os números positivos em 2018 são reflexo da base de comparação mais reprimida. “Faz parte do perfil das pequenas empresas sofrerem mais com a crise (econômica), que foi mais acentuada na região do que no restante do Estado, principalmente por depender das indústrias.”

Segundo Gonçalves, o processo de recuperação nas receitas é impulsionado pela inflação sob controle – que ficou em 0,92% entre janeiro e abril, contra 1,1% no mesmo período em 2017 –, o que aumenta o poder aquisitivo da população e ativa o mercado de consumo. “No Grande ABC, o segmento metalmecânico está apresentando desempenho positivo. Assim, quando grandes empresas veem a demanda ampliada, os estoques são reduzidos e elas acabam comprando das pequenas firmas”, explica.

No quadrimestre, para se ter ideia, houve alta de 20,7% na produção de veículos em todo País, o que representa 165,7 mil unidades a mais frente ao ano anterior. Considerando que a região corresponde a um terço deste mercado, saíram das fábricas de São Bernardo e São Caetano em torno de 55,2 mil unidades a mais. Esse crescimento gerou impacto na cadeia automotiva, inclusive nas pequenas empresas.

Frente a março, houve manutenção do faturamento em R$ 3,4 bilhões. O consultor destaca que a Páscoa costuma impactar positivamente os ganhos do quarto mês do ano, no entanto, a data foi celebrada no dia 1º. Assim, todas as compras relativas à comemoração foram feitas no mês anterior.

Mesmo assim, abril foi o sétimo mês consecutivo de resultados positivos nas sete cidades. Por outro lado, no Estado foi o 14º. “A recuperação demorou mais para chegar à região por conta do perfil (industrial) das cidades”, destaca Gonçalves. Em comparação a abril de 2017, as MPEs ampliaram seus ganhos em 34,9%, o que significa alta de R$ 900 milhões em seus caixas. O desempenho ficou acima do estadual, onde o crescimento foi de 1,3%.

FUTURO - Ainda que a maioria dos empresários acredite em manutenção (43%) ou aumento (33%) do faturamento nos próximos seis meses, o percentual daqueles que não têm opinião sobre o futuro cresceu, passando de 10% em 2017 para 17% em 2018.

Gonçalves observa que o cenário político indefinido, somado aos aumentos do dólar e do petróleo, além da possibilidade de incremento nos juros dos Estados Unidos – o que torna investimentos na terra do Tio Sam mais atrativos do que no Brasil – acentuam o clima de incerteza. “Grandes investimentos no País acabam sendo freados por estes fatores”, afirma.

Em maio, os resultados podem ser impactados pela greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias e paralisou linhas de produções e impediu abastecimento de diversos produtos em todo País. Para se ter ideia, no Grande ABC as montadoras aderiram à jornada extra em junho para compensar os dias parados. “O principal efeito é na confiança das empresas”, pondera o consultor.
 




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