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Rússia: bola quadrada e carros também
Dérek Bittencourt
08/06/2018 | 07:26
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Divulgação


A Rússia é a bola da vez. Sede da Copa do Mundo de futebol, que começa na quinta-feira, o maior país do mundo – territorialmente falando, com mais de 17 milhões de quilômetros quadrados – não é necessariamente uma potência com a bola nos pés. Por outro lado, historicamente tem muita desenvoltura tecnológica, sobretudo nos segmentos espacial e bélico. Quando o assunto é automóvel, entretanto, os russos são lembrados no Brasil por carros de aparência quadrada, trazidos pela Lada no início dos anos 1990, com a reabertura da importação automotiva no País.

Os modelos Niva (jipe), Samara (hatch) e Laika (sedã e perua), com produção 100% russa, chegavam numerosamente aos portos brasileiros. Afinal, a AvtoVaz (nome da montadora estatal que detém a marca Lada para mercados externos) tinha planos ambiciosos: vender aproximadamente 50 mil unidades por ano.

Na primeira temporada da empresa por estas bandas, foram comercializados 15 mil, número bastante representativo. Porém, as vendas foram caindo anualmente e, em 1995, desistiram do mercado no Brasil, deixando ainda assim milhares de carros pelas ruas – e muitos pelas oficinas, já que a mecânica dos russos não se deu muito bem com a gasolina tupiniquim com álcool. Até 1998, foram oficialmente vendidas 28.109 unidades em solo brasileiro.

Em 2007, uma parceria entre estatais russas e a Renault-Nissan foi fechada (50% de participação no capital para cada) para fortalecimento e revitalização da AvtoVAZ, com a intenção de produzir carros baratos e elevar a produção dos modelos da marca, que domina o mercado russo: há alguns anos, sete em cada dez carros vendidos no país eram da marca; hoje, 20,5% da frota na Rússia é da Lada, sendo o Vesta o segundo mais vendido no país, mas o modelo 4x4 ainda é muito similar em suas linhas ao bom e velho Niva.

E a fusão com a Renault-Nissan respingou no Brasil. No início deste ano, foi anunciado que a fábrica da montadora franco-nipônica no Paraná produzirá o Niva. E o melhor: o preço deverá ser bastante atraente, mas só a partir de 2021. No Chile, por outro lado, o jipe russo já voltou a ser realidade desde 2015.

A AvtoVAZ foi criada em 1966 e contava com fábrica de impressionantes 140 quilômetros de extensão e que na década seguinte fechou parceria com a italiana Fiat. Mas a precursora entre as montadoras russas foi a GAZ, fundada em 1932 como NAZ, em cooperação com a norte-americana Ford. Aliás, o primeiro modelo era justamente um Model A. Fez ainda veículos militares, mas seu carro mais famoso foi o Volga, produzido entre 1956 e 2010, e que ainda tem presença garantida pelas ruas de Moscou e demais cidades do país. Recentemente, fechou acordo com a General Motors para montagem da Chevrolet.

SUPERCARROS
Também em 2007, o ex-piloto, músico e comediante Nikolay Fomenko fundou a Marussia, primeira montadora do país a produzir supercarros, ou seja, modelos protótipos ou esportivos que em nada se assimilavam àqueles Lada quadradões. Muito pelo contrário. Eram máquinas com tecnologia de última geração, linhas agressivas, motores potentes e tudo mais, com direito a um showroom em Monte Carlo, no principado de Monaco. Inclusive, em 2010 a empresa adquiriu a Virgin Racing e ingressou no mundo da Fórmula 1, durando apenas três temporadas – 2012 a 2014 – até passar por problemas financeiros e desistir do projeto. 




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