Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Automóveis
>
Status
Sinal de originalidade

Placa preta distingue os carros de coleção; somente os veículos com 30 anos e 80% originais têm direito

Nilton Valentim
18/05/2018 | 07:11
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


É como se fosse uma marca de nobreza. Um assessório que os distingue na multidão. Assim os colecionadores de veículos enxergam a placa preta, objeto que estampa uma quantidade limitada de veículos nas ruas. Para se ter uma ideia, a frota do Estado de São Paulo em dezembro de 2017 era de 29.164.426. Ostentam a identificação diferenciada somente 28.782, segundo os números do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).

Para um veículo ganhar a tão desejada placa preta – identificação que o eleva a item de coleção –, são necessários tempo e dedicação do dono. O modelo precisa ter no mínimo 30 anos de fabricação, conservar 80% de suas características originais de produção, entre outros quesitos.

O Fusca comanda o catálogo dos queridinhos. Depois dele, Opala, Dodge, Puma e Brasília também compõem o top 5 dos antigos. “Esses registros revelam a atenção dos colecionadores para a preservação dos clássicos. Não se trata apenas de um título, mas uma forma de continuar narrando, entre as gerações, a história dos automóveis”, afirma Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.
De origem alemã, o Fusca, que já foi o mais vendido no mundo, mostra que seu sucesso aqui continua: no Estado de São Paulo, os colecionáveis reúnem 6.420 unidades (22% da frota de colecionáveis). Ou seja, a cada cinco placas pretas no Estado, uma está em um Fusca.

Entre as versões que mais possuem registros com placas pretas estão os com motor 1.300 (com 3.241 exemplares); seguidos do Fuscão 1.500 (com 1.200 registros); e o 1.200, fabricado entre 1950 e 1962 (somando 996 veículos).

Ervim Moretti, presidente do Fusca Clube do Brasil, ressalta que 35 anos é a idade média dos colecionadores, mas que o carrinho, sem dúvidas, conquista toda a família. “Nos encontros, vemos dos avôs aos netinhos reunidos em torno da mesma paixão”, afirma.
Fechando o ranking dos dez mais, estão os importados Cadillacs, prediletos do cantor Elvis Presley, com 355 exemplares no total.

Aos donos de Opala a paixão também é forte. Denny Pereira, integrante do Opala Clube ABC, possui dois Diplomatas, um ano 1985 e outro, 1988, modelo 1989, ambos com a placa preta, “Além de validar que o carro é 80% original, tem a questão da valorização e o prazer de estar em um carro diferenciado”, afirma.

Antes de iniciar a restauração, é sempre bom avaliar os pró e contra. “Mais do que tempo e dinheiro, é necessário ter uma relação de carinho e cuidados com o veículo”, afirma Roberto Suga, presidente da FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos).

Entidade deve fazer vistoria no carro
Para ter a placa preta, o veículo deve integrar uma coleção particular ou fazer parte de associação de colecionadores. Primeiro, deve-se solicitar o certificado de originalidade em um dos clubes credenciados pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito. O custo do documento varia entre R$ 200 e R$ 600.

Então, o interessado pode pedir a emissão do certificado de registro de veículo no Detran, com a expressão ‘Veículo de Coleção’. Possíveis débitos precisam ser quitados antes deste pedido. A taxa é de R$ 285,27, caso o licenciamento do ano em curso não tenha sido feito, e R$ 197,87 caso o dono já o tenha licenciado.

Por fim, é necessário solicitar o par de placas. No Estado de São Paulo, ele custa R$ 128,68.

Shopping em Diadema sedia encontro de antigos
Muitos carros com placa preta e outras relíquias podem ser vistos no domingo, em Diadema. O Shopping Praça da Moça, em parceria com o Old Car Club, promove encontro antigos.

A exposição terá Fuscas, Chevettes, Brasílias e muitas outras máquinas bem cuidadas e com brilho até maior do que quando saíram de fábrica.

O encontro reúne colecionadores e admiradores de carros antigos, participantes de vários clubes, e incentiva a convivência de seus integrantes para trocar informações e apresentar suas preciosidades.

Com cerca de 200 veículos, os amantes e colecionadores poderão conferir as atrações da exposição, que fica aberta ao público sempre no penúltimo domingo do mês, das 10h às 14h, no estacionamento do shopping. A entrada é gratuita para o público.

Os proprietários que quiserem expor suas máquinas devem levar dois quilos de alimentos não perecíveis. Tudo o que for arrecadado será doado para instituições de caridade de Diadema.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.