Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Política
>
Divergências internas
Expulsão de tucanos cria desconforto no PSDB

Divergências internas mostram saia justa com a decisão de excluir prefeito de Rio Grande dos quadros

Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
25/04/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Montagem/DGABC


A expulsão sumária do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, do PSDB – junto com outros correligionários –, causou desconforto no tucanato, principalmente devido a discordâncias internas. A saída foi atribuída ao apoio dado pelo chefe do Executivo ao projeto eleitoral do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), em detrimento à candidatura do ex-prefeito da Capital João Doria (PSDB).

A decisão, tomada na segunda-feira pelo presidente paulista da sigla, Pedro Tobias, dividiu parte do ninho tucano. Primeiro vogal na executiva estadual, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), criticou o modelo da ação. “Minha posição é a de que foi um equívoco do partido. Discuto o formato (da expulsão) e o PSDB teria que dialogar. (O Maranhão) É um prefeito de cidade importante da região, a eleição ainda está longe e o atual governador era o vice do Geraldo Alckmin (PSDB). Vejo que tudo pode ser conversado, tem que ter convivência, foi atitude precipitada do presidente Pedro Tobias.”

O principal aspecto apontado, nos bastidores, é que a decisão poderia ter sido adotada depois de passar por crivo de comissão estadual, na tentativa de diminuir desgaste, e não apenas pelo presidente do diretório, apesar de Tobias ter sido autorizado a conduzir processos de expulsão.

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), lamentou a expulsão, mas defendeu o posicionamento da estadual. “O Maranhão é um amigo. Sinto tristeza por sua saída. Quando ele declarou o apoio a Dilma (Rousseff, PT, candidata a presidente em 2014) trabalhei em sua defesa dentro do partido. Mas como a executiva aprovou faz 15 dias uma resolução que dá poderes plenos ao presidente para definir expulsão de quem comete infidelidade partidária, temos que seguir as regras, ainda mais por ele ser reincidente”, avaliou Morando.

Secretário-geral da estadual, César Gontijo seguiu a linha usada por Morando e falou que Maranhão tem antecedente. “É um agravante. Não é a primeira vez. Fidelidade não é obrigação, mas um valor fundamental. Temos candidato próprio, escolhido por prévia. O Maranhão poderá recorrer, se quiser. Avalio que a chance de ganhar é nula. Vai dizer que é armação? Vamos pedir para que saia por conta própria. Qualquer prefeito ou vereador sairá do PSDB se tiver essa postura. Ou sairão ou serão saídos”, disse, ao rechaçar estremecimento. “Divisão criaria se ele ficasse, se fôssemos tolerantes com essa situação.”

Já o coordenador regional do PSDB, Márcio Canuto, frisou que houve tempo para que Maranhão apresentasse justificativa em relação ao episódio. “Tentamos por duas semanas conversar sobre o tema e não conseguimos. O caso acabou indo para a estadual. Não tem o que questionar, é fidelidade partidária, políticos e partidos estão perdendo credibilidade. Quando se apoia outro candidato, a mensagem é um sinal negativo para a sociedade”, analisou o dirigente.

A expulsão de Maranhão foi definida juntamente com a do ex-prefeito de Botucatu, João Cury Neto, que assume oficialmente amanhã a Pasta de Educação no governo de Márcio França. (colaborou Fábio Martins) 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.