Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

Cultura & Lazer
>
Imbróglio
Na ponta do lápis

Secretário de Cultura de S.Caetano presta contas e coletivo de artistas diz que ele não o representa

Daniela Pegoraro
12/04/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


 “Até onde o poder público pode ignorar a vontade do povo? E o povo diz em uníssono: a atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura não nos representa.” Este trecho faz parte de carta aberta escrita pelo Coletivo de Artistas de São Caetano e apresentada ontem, durante a prestação de contas da pasta de Cultura da cidade. A classe artística demonstrou, mais uma vez, descontentamento com a gestão do secretário João Manoel da Costa Neto (PSDB). O auge da desaprovação veio com a ausência do gestor na 4ª Conferência Municipal de Cultura da cidade, realizada no último dia 17. Ele alegou motivos pessoais, mas nos bastidores políticos foi comentado que estaria em um cruzeiro.

Na carta, o grupo também questiona sobre o plano de carreira dos professores da Fundação das Artes, a paralisação em 2017 da Orquestra Filarmônica, o sucateamento dos teatros e da Estação Jovem, o cancelamento do Viva Arte (programa de teatro gratuito para a população) e reclama que “não há diálogo”.

Questionado pelo Diário sobre como pretende trabalhar com a classe artística, sendo que esta não se sente contemplada por ele, Neto não respondeu, mas falou que no início de sua gestão focou mais em pagar os salários atrasados dos artistas – que estavam sem receber da outra gestão – do que tocar projetos.

Sobre as condições do Teatro Paulo Machado de Carvalho, que passa por dificuldades de infraestrutura, como apurou o Diário, o secretário fez questão de relembrar que este é um problema herdado e afirmou que um projeto está sendo discutido para a reforma. “Mas encontrar recursos será difícil. A ideia é ir fazendo reparos por etapas, e não tudo de uma só vez”, explicou. Atualmente, quem vai ao teatro de São Caetano encontra infiltrações, piso do palco desnivelado e em mau estado, iluminação precária, entre outros problemas.

Já sobre a Orquestra Filarmônica de São Caetano, atualmente desativada, o secretário relatou que, quando assumiu o cargo, não havia recursos suficientes para viabilizar o projeto, no entanto, existem discussões para sua retomada. “Queremos fazer parceria com integrantes e ex-alunos da Fundação das Artes para que a orquestra volte em um molde novo.”

Mais uma vez a explicação para a precariedade da Estação Jovem, visitada recentemente pelo Diário, foi jogada para a gestão passada. “Quando assumimos já estava daquela forma. Queremos realizar reparos até que se viabilize o projeto para construção de uma nova Estação Jovem”, diz.

Durante a sessão, João Manoel da Costa Neto apresentou os eventos realizados em 2017 pela Pasta de Cultura, que teve orçamento inicial de pouco mais de R$ 6 milhões, porém, foram empenhados até agora cerca de R$ 2, 5 milhões – tendo em vista que R$ 2 milhões foram contingenciados.

Dentre as realizações, o secretário destacou a mostra de dança Toshie Kobayashi, o Encontro Anual de Carros Antigos, cujas verbas de locações, segundo o gestor, foram revertidas para o Fundo Municipal de Cultura. Ele destacou ainda o sorteio público das escolas de danças para a utilização do Paulo Machado de Carvalho, pois as demandas de datas eram muitas e precisavam ser decididas de alguma forma.

Procurado pela reportagem para comentar, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) disse não estar a par dos fatos (manifestações dos artistas).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.