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Sábado, 11 de Maio de 2024

Economia
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Taxa de juros
Selic cai pela 12ª vez e atinge 6,5%, o menor percentual desde 1986

Expectativa é que índice seja mantido pelo Copom até o fim do ano

Flavia Kurotori
especial para o Diário
22/03/2018 | 07:16
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O Copom (Comitê de Políticas Monetárias), do BC (Banco Central), cortou 0,25 ponto percentual da Selic – taxa básica de juros – reduzindo-a a 6,5% ao ano. Trata-se da 12ª queda consecutiva e do menor patamar desde 1986. No entanto, a expectativa do mercado é a de que esta tenha sido a última redução do ano, e que o percentual seja mantido até dezembro.

Na avaliação de Valdir Domeneghetti, professor e coordenador da pós-graduação da Fipecafi, a taxa reflete conjunto de fatores, tais como a inflação e o índice de desemprego. “O BC cortou os juros porque ainda não vê condições favoráveis para a atividade econômica reaquecer.”

No entanto, o especialista lembra que a taxa básica não é refletida na economia do dia a dia, ou seja, a população não sente os efeitos dos cortes em série. “Para pegar um empréstimo consignado, que é uma das opções de crédito com menor juros, a pessoa irá pagar entre 21% e 34% ao ano, o que é muito acima da Selic. Por isso, este resultado não traduz ou fomenta a economia”, pondera.

Paulo Skaf, presidente do Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), completa: “O Brasil deixou de ser o campeão dos juros primários, mas isso não adianta muito para as empresas e as pessoas. Quem precisa de crédito continua a pagar juros absurdos”.

Embora haja indícios de manutenção da Selic em 6,5% ao ano até o fim de 2018, Domeneghetti afirma que as eleições podem prejudicar a taxa. “Até o momento, não temos nenhum candidato definido para a presidência. Quando os partidos definirem e as primeiras pesquisas saírem, o mercado pode oscilar. Se for alguém radical, que não tenha projetos para equilibrar as contas, por exemplo, os juros podem voltar a subir.”

INVESTIMENTO
Desde 2012, quando a Selic fica abaixo de 8,5% ao ano é acionado gatilho em que a poupança deixa de render 6% ao ano mais TR (Taxa Referencial) e passa a remunerar 70% da taxa básica mais TR – ou seja, 4,55% ao ano. Ainda que a aplicação seja menos rentável, Domeneghetti destaca que a caderneta é simples e sem custos, uma vez que não cobra IR (Imposto de Renda) ou taxas administrativas. No caso do Tesouro Direto ou fundos de investimento, como CDB ou LCI, é preciso analisar cada caso. “Tudo dependerá do percentual de remuneração e das taxas do banco.” 




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