Paço de S.Bernardo abre concorrência para continuar obras de infraestrutura paralisadas há um ano
Famílias dos núcleos Capelinha e Cocaia, em São Bernardo, voltaram, nesta semana, a ter renovada a esperança de receber em mãos chave da casa própria, após publicação de edital para retomada de obras de urbanização dos bairros, localizados próximos à Represa Billings, na região do Estoril.
Paralisadas desde o fim de 2016, após problemas administrativos e contratuais, as intervenções devem ser reiniciadas nos próximos meses, com a seleção de nova empresa responsável por executar o projeto. A previsão é a de que todo o processo esteja concluído em 12 meses após a retomada das obras.
Orçado em R$ 52,7 milhões, sendo R$ 32,3 milhões com recursos da União e R$ 20,4 milhões de contrapartida da Prefeitura, o projeto foi um dos grandes entraves encontrados pelo atual prefeito Orlando Morando (PSDB).
Iniciada em 2013, a urbanização previa a construção de 216 moradias até o fim de 2015. Mais de quatro anos depois, no entanto, somente 52 foram entregues no bairro Cocaia e outras 12 no Capelinha.
Neste período, segundo a Prefeitura, aconteceram duas paralisações nas obras de urbanização em decorrência de problemas administrativos. O último, inclusive, envolvendo impasses contratuais, que resultaram “num amplo processo de revisão completa do projeto”, o que motivou a rescisão do contrato com a Construtora Cronacon Ltda, até então responsável pela execução dos serviços.
Com a solução do impasse, a expectativa é a de que a vencedora do certame, aberto nesta semana pela Prefeitura, consiga executar ainda nesta gestão a construção das demais 182 unidades pendentes. A estimativa é a de que o novo acordo custe R$ 33 milhões aos cofres públicos.
“Essas moradias começaram a ser erguidas, mas ficaram tudo pela metade. Hoje só temos esqueletos nestes espaços. Nossa esperança é a de que, com a abertura do edital, isso mude”, afirma Umbelina Lopes, 70 anos, presidente da Associação dos Moradores do Núcleo Capelinha.
Segundo ela, embora as obras de urbanização dos bairros, tais como instalação de redes de água e esgoto, além da pavimentação de vias tenham sido concluídas, famílias do núcleo ainda sentem as consequências do atraso da entrega de suas moradias. “Do que adianta termos melhora da estrutura se muitas das nossas famílias tiveram suas casas destruídas com a promessa de um apartamento novo e até hoje vivem de aluguel, com ajuda de apenas R$ 315 da Prefeitura”, desabafa.
É justamente essa a situação vivida pela auxiliar de serviços gerais Angélica Santos Menezes, 31. “A promessa era a de que fosse entregue uma casa para nós em dois anos. Já se passaram quatro e nada até agora”, afirma ela, ao destacar ainda desejo em ter a chave da casa própria em mãos em breve. “Espero que a licitação dê certo. A esperança é a última que morre.”
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