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Deficit de 400 carteiros atrasa entrega de correspondências

Problemas financeiros dos Correios têm sido sentidos pela população do Grande ABC; greve da categoria começa dia 12

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/03/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 A crise financeira que assola os Correios já traz impactos para o Grande ABC. Segundo o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios), há deficit de 400 carteiros na região – são 1.000 trabalhadores para atender área com 2,7 milhões de habitantes. O principal problema é sentido pela população, tendo em vista as constantes reclamações de atraso na entrega de correspondências e encomendas. Diante do cenário, somado à reivindicação por reajuste salarial e outras melhorias nas condições de trabalho, a categoria aprovou greve, a partir do dia 12, por tempo indeterminado.

A falta de mão de obra para executar o serviço foi a justificativa dada a morador do Jardim Falchi, em Mauá, a respeito de queixa feita sobre atraso na entrega de suas correspondências. “Há um mês, as cartas estão atrasando. Liguei em uma agência para saber o que estava acontecendo e disseram que era falta de funcionários. Ainda bem que tenho internet e consigo imprimir a segunda via das faturas do cartão de crédito em casa, senão, teria de pagar multa por atraso”, diz ele, que prefere não se identificar.

Outros moradores do bairro têm sentido a pouca frequência dos carteiros na área. “As pessoas perguntam se eles estão de greve, mas está faltando carteiro. Tenho um sobrinho que trabalha na profissão e ele disse que está faltando funcionários”, observa a comerciante Dina Florenço, 60 anos. 

O casal Mayara de Carvalho, 20, e Felipe Teixeira, 24, aguarda pelo carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que já deveria ter chegado. Vamos à Prefeitura buscar”, diz a jovem.

OUTROS CASOS

Em Santo André, situação semelhante é observada. O empreendedor Manoel Malta Alves, 52, teve de pagar multa por atraso no pagamento de prestação. “Vencia em 26 de fevereiro e chegou no dia seguinte. Tive de pagar R$ 30 a mais”, relata.

A entrega de encomendas também é problema. O montador Felipe Rodrigues Sasso, 23, reside no Recreio da Borda do Campo e revende produtos de beleza e higiene que compra pela internet. A atuação tem sido prejudicada pelo atraso na entrega das mercadorias. “Tenho encomenda que era para ter vindo no dia 26. Domingo vi o aviso de que terei que retirá-la em uma agência. Isso me atrapalha no prazo que dou aos clientes. Eles são prejudicados e acreditam que meu serviço está sendo malfeito”, lamenta.

Em nota, os Correio afirmaram que distribuição nos bairros citados pela reportagem “é realizada diariamente, conforme prazo estabelecido, e que a entrega de objetos simples ocorre em dias alternados”. Sobre o deficit de funcionários, a empresa não respondeu.

Em entrevista ao Diário na segunda-feira, o presidente da estatal, Guilherme Campos (PSD), destacou trabalho para reverter o cenário financeiro complicado herdado. Em 2015, a empresa fechou o ano com deficit de R$ 2,5 bilhões. No período seguinte, o balanço ficou negativo em R$ 1,6 bilhão. Os números da estatal para 2017 devem apontar R$ 1 bilhão de descompasso.

“Corre-se o risco de não ter dinheiro para pagar as contas. Estamos alertando para a falta de caixa desde o início da nossa gestão. Existia a previsão que em novembro de 2016 não haveria dinheiro. Houve exercício de cortes e apertos e, por isso, a participação (dos gastos trabalhistas), que era de 60%, passou para 75% após o corte dos outros custos. Então existe o risco de funcionários ficarem sem receber”, afirmou Campos.




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