Neymar desembarcou na capital mineira na noite de sexta-feira para passar pela operação na manhã seguinte com o médico Rodrigo Lasmar, da seleção brasileira e do Atlético-MG. E a partir da sua aparição, além da imprensa, inclusive a internacional, especialmente a francesa, o hospital na região centro-sul de Belo Horizonte atraiu todo tipo de curiosos ao local.
A cirurgia de Neymar nem foi das mais graves, mas o seu peso para o futebol mundial e a proximidade da Copa do Mundo, com o risco de que ele não chegue à Rússia em suas condições ideais, a transformaram em um grande acontecimento em Belo Horizonte.
Ainda que a situação envolvesse um problema com Neymar, houve quem o aproveitou para se divertir. Foi assim com dois grupos de jovens, que levaram cervejas e instrumentos musicais, além de máscaras do jogador, para celebrar o craque em som elevado, mesmo na porta de um hospital, local em que o silêncio costuma ser encarado como regra máxima e exigência. E sem ter qualquer contato com o atacante, eles aproveitaram para tietar Gil Cebola, um dos "parças" do craque do PSG.
Além dele, Neymar teve a companhia, enquanto esteve no hospital, de outros amigos, da mãe Nadine, da irmã Rafaella e da namorada Bruna Marquezine. Juntos, eles assistiram, na confortável suíte em que o atacante ficou no pós-operatório, ao triunfo do time parisiense por 2 a 0 sobre o Troyes, no sábado, pelo Campeonato Francês, em uma das poucas informações sobre a rotina do jogador que foi repassada pelos presentes ao hospital, caso do médico Gerard Saillant.
Se resguardando na ética médica, os funcionários do hospital, incluindo a sua assessoria de imprensa, trataram de manter total sigilo sobre qualquer detalhe da operação do atacante, incluindo, por exemplo, o horário em que ela seria realizada. Mas muito menos do que por uma decisão do Mater Dei, isso também se deu por um conflito entre a seleção brasileira e o Paris Saint-Germain, com o clube francês decidindo concentrar a divulgação de informações, ainda que com o aval da CBF.
Assim, uma entrevista com Lasmar, que já tinha uma sala e estrutura reservadas para acontecer, não ocorreu, com as informações sobre a operação sendo apresentadas através da divulgação de um comunicado oficial, seguido por um pronunciamento breve do médico da seleção e de Sailltant, com a tentativa de reforçar o discurso de que não houve qualquer desentendimento entre as partes, embora opiniões divergentes tenham sido apresentadas nos dias anteriores à cirurgia.
Do lado de fora do Mater Dei, também houve manifestações de carinho e carinho ao jogador por parte de crianças, que, no momento de maior bagunça durante o último sábado, jogavam futebol no hall de entrada do hospital em meio à passagem de pacientes entrando ou saindo do local, além da tentativa de entrega de presentes ao jogador e de emplacar uma entrevista em qualquer canal de TV em busca de algum minuto de fama.
E ainda houve espaço para a realização de pedidos com um certo tom mercantilista e manifestações das mais diversas, como contra o preço da gasolina por um grupo de motociclistas e outra contra a não liberação de medicamentos pelo STF. Tudo isso, porém, se dispersou a partir do momento em que Neymar decolou em um helicóptero e seguiu para o aeroporto da Pampulha, deixando Belo Horizonte para iniciar a recuperação da cirurgia na sua residência em Mangaratiba, no litoral fluminense, frustrando um grupo de freiras que o aguardava no local nesta manhã.
Com as ruas e as saídas do hospital quase em sua normalidade para uma manhã de domingo após a alta do atacante, Lasmar o deixou no seu próprio veículo e seguiu para o Independência, onde em menos de uma hora depois trabalhou no clássico entre Atlético e Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro. Lá, não quis falar sobre Neymar, dizendo que agora quer se concentrar em seu trabalho no clube mineiro. Ele tenta retomar a sua rotina após atrair tantos holofotes depois da passagem do craque por Belo Horizonte, assim como agora voltará a acontecer com o Mater Dei.
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