Em audiência realizada ontem, em São Bernardo, a Justiça do Trabalho adiou a decisão sobre a ação trabalhista do Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo e São Caetano) contra a Universidade Metodista de São Paulo em tentativa de aproximar as partes envolvidas e conseguir conciliação. A sentença será dada pela juíza Valéria Pedroso de Moraes, da 8ª Vara do Trabalho de São Bernardo, após novo encontro de negociação, marcado para o dia 26, na sede do sindicato, às 10h.

A ação original foi iniciada em decorrência da demissão em massa de 66 docentes da instituição, 50 do Ensino Superior e 16 do Ensino Básico, em dezembro do ano passado, sem qualquer negociação prévia com o sindicato da categoria. A Justiça já havia expedido liminar, no dia 9, que proíbe futuras demissões sem que haja diálogo prévio com o sindicato, sob pena de multa de R$ 10 mil por dispensa.

Durante a sessão de ontem, o reitor da universidade, Paulo Borges Campos Júnior, manteve o ponto de vista de que as demissões estão ligadas ao planejamento da instituição de Ensino Superior. Ele afirmou ainda já ter contratado professores para substituir aqueles que foram desligados, apesar da decisão judicial.

Segundo um dos docentes demitidos, Luiz Roberto Alves, a situação é estranha, já que o sindicato continua sem conseguir dialogar com a instituição. A maior parte dos 66 docentes dispensados afirma não ter recebido nenhum tipo de verba rescisória. “É muito estranho que novos docentes já tenham sido contratados enquanto os que foram desligados não tenham recebido nada do que têm direito”, afirma.

Ainda de acordo com o docente, o desejo do sindicato é o de que as demissões sejam analisadas caso a caso e que decisões sejam tomadas de maneira individual para cada dispensa. Tal exigência será debatida em nova rodada de negociação em busca de consenso daqui uma semana. Na ocasião, “sindicato e instituição educativa apresentarão elementos necessários ao esclarecimento das demissões ocorridas, assim como nome daqueles que pretendem se desligar”, determinou a Justiça do Trabalho.