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Segunda-Feira, 13 de Maio de 2024

A realidade da adoção no Brasil
Do Diário do Grande ABC
13/02/2018 | 13:08
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Artigo

Em 2014, ao lado de grupo de amigos e apoiadores, iniciei trabalho voluntário na Associação Beneficente Cantinho Meimei, localizada no bairro Riacho Grande, em São Bernardo. A casa abriga crianças que foram abandonadas, ou retiradas de suas famílias devido denúncias sobre maus-tratos, por exemplo.

Por meio desse trabalho conheci mais de perto a realidade da adoção em nosso País. Fator que eu desconhecia é que nem todas as crianças que vivem nas casas de acolhimento estão aptas para adoção.

Antes de isso acontecer elas precisam ser destituídas do poder familiar, que incluí avós, tios, primos. E é exatamente essa etapa que pode levar anos.

Para a Justiça brasileira, a primeira e melhor opção é sempre a família de origem, só quando ela é totalmente descartada é que a criança vai para o Cadastro Nacional de Adoções.

Diante disso começamos a entender por que a fila de adoção é tão demorada. Grande parte dos casais que estão na fila de adoção busca por bebês de até 3 anos de idade. Apenas 6,3% aceitam adotar criança com 8 anos ou mais. Quanto mais velha a criança, menores são as suas chances de encontrar família, infelizmente.

Em 2016 o Cadastro Nacional de Adoção registrou 1.226 adoções em todo o País, destas, apenas 13 eram de jovens com idades entre 15 e 17 anos.

Mas você já se perguntou o que acontece com o adolescente que não é adotado? Quando completa 18 anos ele é obrigado a deixar a casa de acolhimento. Imagina o tamanho do desafio que é para um jovem de apenas 18 anos ser obrigado a enfrentar sozinho a realidade da vida, sem o apoio de uma família.

Em 2017 tive acesso a carta de um deles à Promotoria de São Bernardo. Ele pedia auxílio, pois em breve completaria 18 anos e não fazia ideia do que ia acontecer com a sua vida. Tudo o que esse rapaz pedia era ajuda para conseguir emprego e tempo a mais na casa de acolhimento, até que pudesse se estabelecer em segurança.

Ler aquela carta foi um choque e abriu os meus olhos para mais essa dura realidade de nosso País, que precisa ser encarada na busca por soluções.

Muitos desses jovens saem das casas de acolhimento, conseguem emprego, estudam, constituem família. Mas outros, infelizmente, acabam seduzidos pelo mundo do crime, entrando em caminho quase sempre sem volta.

Não podemos virar as costas para essa realidade. Não podemos mais perder nossos jovens para o crime. A sociedade precisa se organizar e cobrar ações no sentido de preparar esses jovens para a vida.

Mauro Miaguti é empresário, vereador por São Bernardo e vice-diretor do Ciesp São Bernardo.

Palavra do leitor

Lauro x Lauro – 1
Reportagem neste Diário mostra que o prefeito de Diadema, Lauro Michels, nos brinda com grandessíssima patacoada pleiteando verbas trabalhistas que, segundo ele, lhe são devidas (Política, ontem). Além do absurdo, seria triste para não dizer cômica a situação. Ou seria o contrário? Quem sabe ele quer pagar parte do débito que deve ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Ou empurrar o processo para o próximo prefeito. A lata do lixo seria boa opção para tamanha loucura. Na sua maluquice ele lembra aquele velhinho (parecido com Ariano Suassuna) do belíssimo curta de animação da Pixar Geri’s Game que jogava xadrez contra ele mesmo.
Manoel Henrique A. Silva
Santo André

Lauro x Lauro – 2
Impressionante a notícia de que o chefe do Executivo de Diadema, reivindicando 13º salário de vereador de 2009 a 2012, em vésperas ou já prescrito, contrata caro advogado particular e, falseando a própria riqueza, se declara pobre, sem condições de prover a própria subsistência, como condição da lei, para ludibriar a Justiça e poupar 1% de taxa judiciária. Indeferida sua pretensão, confessa a farsa, recolhendo as custas devidas. Prática comum, embora, inimaginável alguém esclarecido como um prefeito outorgar e assumir tal declaração. Desde a Constituição de 1988, quem tanto declara, deve comprovação. O fato é tipificado como crime, embora tão comum que não tem despertado o MP (Ministério Público).
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

É uma festa!
Depois da denúncia de que 18 mil magistrados elevam as despesas públicas em R$ 360 milhões por ano – porque recebem auxílio-moradia, vale-alimentação, Saúde etc–, valor milionário, inclusive isento de tributação, neste baú dos benefícios excrescentes, agora outra orgia de gastos com recursos dos contribuintes: cada ministro do Supremo está autorizado a gastar por ano até R$ 51,6 mil, equivalentes a 53 salários mínimos – com passagens, mesmo sendo para lazer, incluindo seus familiares. Vergonha! Porém, é justo lembrar que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello e a presidente da Corte, Cármem Lúcia, não participam desta orgia com recursos dos contribuintes.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Só três
Pergunto-me como os nossos políticos podem ignorar algo tão importante, como é a arte de fazer política, para o presente e para o futuro de nossos jovens e futuras gerações. Tratam com tamanho descaso que parece faz de conta. Já pensei que políticos são reféns da corrupção. Nunca vão fazer reforma política, que vá a favor do presente e do futuro, porque seria o mesmo que assinassem as próprias sentenças, ou se tornassem vítimas deles mesmos, assim como foi o PT quando investigou a corrupção a fundo. É preciso, em minha opinião, juntar todos os partidos e formar apenas três: PT, PSDB e MDB (antigo PMDB), elegendo um de cada um a cada eleição, revezamento. Uma legenda administraria e as outras duas ajudariam. Acabaria-se com doações para campanhas e com caixa dois. O sujeito que for pego aceitando coisas ilícitas seria banido, da política e de qualquer outra função pública. Iria para a cadeia, sem fiança nem mordomias nem advogado, e só sairia de lá quando devolvesse todo o dinheiro roubado. É isso! Doa a quem doer.
Gildauro Alves da Silva
Mauá

Sá para festejar
Se a inacreditável multidão que tomou conta das avenidas e praças por este Brasil afora houvesse saído de suas casas com o intuito de exigir respostas das autoridades acerca das caóticas situações política, social e econômica pelas quais atravessamos, nossa realidade poderia ser bem outra, né não?
José Marques
Capital

Quem se habilita?
O Rio de Janeiro tem jeito, sim. Basta que as autoridades competentes apliquem o Código Penal ao pé da letra, como se usa dizer. Simples assim!
Maria Elisa Amaral
Capital

Lavou as mãos?
O ministro Edson Fachin, ao ignorar o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e mandar a decisão sobre Lula para o STF (Supremo Tribunal Federal), deu uma de Pôncio Pilatos?
Tânia Tavares
Capital

Maranhão
Há muito tempo o Estado do Maranhão se destaca como aquele que tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e, por conta desse atraso, 48% dos moradores são beneficiários do Bolsa Família, o que garante a família Sarney no poder. Em princípio foi programa criado para ajudar famílias na educação e na saúde de seus filhos. Nada disso aconteceu, como se pode constatar passados quase 15 anos. As notícias de fraudes diminuem quando o governo resolve fiscalizar os cadastros. Virou grande negócio para prefeitos de vários municípios, de onde se tem notícias que até vereadores recebem o benefício. Assim, perpetua-se a pobreza, pois se era para tirar o cidadão da miséria, a demagogia criada por Lula foi ganhar com a pobreza. São 14 milhões de famílias beneficiadas e encabrestadas pelo voto em favor de políticos que se passam por bonzinhos, mas esperam nas urnas o pagamento do benefício. Estamos longe de melhorar o País quando se paga para o cidadão não melhorar de vida, mas manter no poder aqueles que investem na pobreza e na ignorância de seu povo.
Izabel Avallone
Capital 




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