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Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

Retrospectiva sem perspectiva
Do Diário do Grande ABC
19/01/2018 | 10:47
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Artigo

Finalizamos 2017 com a desconfortável sensação de que não há fins: desafiou-se a noção de tempo linear, como sucessão de eventos irreversíveis. Se em 1992 Fukuyama proclamou o ‘fim da história’, a ideia de que teríamos chegado ao destino da humanidade com a vitória da democracia liberal, parece que a história resolveu perturbar o fluxo contínuo dos tempos passado, presente e futuro. Os Estados Unidos, projetados como o modelo de democracia a ser seguido, teve seu sistema político questionado. O autoritarismo de Trump, combinado com erosão da confiança do público nas instituições do país, trouxe à tona história hesitante, colocando em xeque a alegada missão dos Estados Unidos de transformar o mundo não democrático.

A legitimidade internacional da nação foi abalada pelo reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel que, não tardou, foi rejeitado por 128 países na assembleia geral da ONU. A negação do direito de autodeterminação dos palestinos pareceu fazer a história retroceder para tempos coloniais, onde povos eram subjugados e excluídos do sistema de Estados soberanos. O ano se fechou com o anúncio da estratégia de Segurança nacional de Trump, resgatando atmosfera militarizada da Guerra Fria. No documento, o grande equívoco dos Estados Unidos foi terem se descuidado da preservação da sua hegemonia. Para corrigir tal descuido, Trump sugere que o país invista na aquisição de poder militar incomparável, capaz de dissuadir quaisquer ameaças.

A história parece retornar ao mundo de perigos, de valores antitéticos, do jogo de soma zero e de fronteiras reforçadas do pós-Segunda Guerra. Rússia e China são entendidas como potências voltadas para a alteração do status quo. Irã e Coreia do Norte são acusados de violarem os princípios dos Estados livres e civilizados. Todavia, ao mesmo tempo em que Trump recupera o universo cindido entre o bem e o mal, ele se vê – posicionado por mulheres, imigrantes, negros e ambientalistas – no campo dos não civilizados. Seu sexismo, sua determinação em construir muro, veto migratório, repúdio ao Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, condenação demorada aos ataques racistas na Virgínia, vêm expondo a decadência da civilização norte-americana.

Contudo, em 2017, a história também cobrou justiça com as manifestações das mulheres denunciando assédios, com os imigrantes forçando a entrada nas suas antigas metrópoles. Por vezes, a história respondeu com fúria, como no caso dos atentados terroristas reivindicados pelo Estado Islâmico. O passado retornou, cobrou justiça e se vingou, desfazendo certezas e abalando a imagem dos Estados Unidos como o legítimo representante da fase final de evolução humana.

Marta Fernández é professora do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.

Palavra do leitor

Submisso
Alguém conhece um país que se enquadre como de primeiro mundo, suporte tanto aumento na gasolina, gás de cozinha, taxas bancárias, impostos em geral etc e permaneça calado? Pois bem, esse País chama-se Brasil. Ninguém é a favor a qualquer tipo de revolta ou baderna, mas, da mesma forma que na calada da noite eles ‘projetam’ os aumentos e as leis para seus interesses próprios, o povo consciente, tranquilo e responsável irá dar basta por meio das urnas na próxima eleição. E esperamos que seja limpeza quase que geral, para que a Nação volte a honrar a frase ‘Ordem e Progresso’ estampada na nossa Bandeira Nacional.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Dia 24
Senhor Edson Rodrigues, há muito tempo, dentro de um ônibus, li a seguinte frase: ‘Uma vida inteira de paciência e moralidade não justifica um só minuto de violência’ (Dia D, dia 17). O nome citado na carta pelo senhor, o qual reconheço que fez bastante coisas boas, fez também muito coisa ruim (não vou escrever aqui, pois teríamos de ter dez edições deste Diário). Às vezes acho que estou ficando louco, por ver pessoas que acreditam em políticos, principalmente nesse em questão. É por isso que estamos nessa situação econômica, sem trabalho, sem Segurança e sem assistência médica. Se ele for preso, na minha opinião, seria pouco. Deveria, sim, fazê-lo devolver tudo que ‘roubou’ e, com esse roubo, ‘matou’ milhares de brasileiros nas filas do SUS (Sistema Único de Saúde).
Breno Reginaldo Silva
Santo André

Vacinas
A má vontade e a falta de isenção de alguns profissionais da mídia em tudo que se refira a São Paulo – Estado e Capital – são tantas que estes praticamente não têm pudor de emitir opiniões que, com um pouco de massa cinzenta, qualquer um vê que são frutos de má-fé? A questão das filas enormes diante dos postos de vacinação contra febre amarela (a população está preocupada) os leva a concluir que não têm vacina para todos, já que os postos não aplicam mais do que 1.000 por dia. Plantam a discórdia e o medo contra o governo. Será difícil para esses profissionais concluírem que as geladeiras dos postos não comportam mais do que esse número de vacinas por dia sem o risco de que se estraguem? Em ano eleitoral é difícil...
Mara Montezuma Assaf
Capital

Desespero do PT
De acordo com o noticiado, dezenas de estações do Metrô de São Paulo amanheceram fechadas ontem devido à paralisação, conforme decisão do Sindicato dos Metroviários, que é contra a privatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro. Na verdade, essa movimentação tem caráter político de forças ligadas ao PT, com escalada de agitação e propaganda, com a finalidade de criar clima contra o Judiciário até o dia 24, data do julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva. Ou seja, esse confronto é desespero dos militantes partidários, que perderão as ‘boquinhas’, pois eles não têm utilidade no setor privado. Enfim, tudo está chegando ao fim, porque a probabilidade maior é a da condenação de Lula, o homem mais ‘honesto do Brasil’.
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Candidatura
‘Vamos levar a candidatura do Lula até as últimas consequências’, disse Fernando Haddad, o derradeiro político do PT denunciado por corrupção. Mas todo cuidado é pouco, porque, para ter tanta certeza para levar a candidatura do condenado até as últimas consequências, deve ser porque em 13 anos do ‘lullodillmismo’ eles sabem o caminho das pedras para burlar as urnas eletrônicas. Porque Lula jamais alcançaria hoje os 51% necessários à sua vitória . Só isso para explicar tamanha ousadia, passando por cima até da Justiça, um dos baluartes que os petistas não conseguiram corromper.
Beatriz Campos
Capital

Palestras
Noto uma coisa muito interessante para o Brasil: por que Luiz Inácio Lula da Silva parou com aquelas palestra de meia hora pagas a peso de muito ouro refinado? Neste momento de dificuldade financeira que o País atravessa, bem que ele poderia estar ajudando muito a economia brasileira fazendo palestra para os países ricos e os subdesenvolvidos, como, por exemplo, Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Inglaterra etc, levando a eles a sua sabedoria e trazendo valiosas divisas para o nosso falido Brasil. Por que parou?
Benone Augusto de Paiva
Capital 




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