No que depender da vontade do ex-deputado Vanderlei Siraque (PCdoB), ele sairá candidato à Assembleia Legislativa na eleição de outubro. O comunista sofre pressão da cúpula nacional do partido para mudar os planos e apostar na empreitada à Câmara Federal para ajudar a legenda a superar a cláusula de barreira, que pode impedir o PCdoB de acessar recursos do Fundo Partidário.

“Minha ideia é voltar para a Assembleia. Mas sei que isso pode mudar, até porque as decisões são coletivas e eu pertenço a um grupo. Só que acho que há mais espaço para uma candidatura a deputado estadual em Santo André”, declarou Siraque.

Ele foi parlamentar paulista entre 1999 e 2010. Também exerceu cargo de deputado federal (entre 2011 e 2014) e perdeu a reeleição para vaga em Brasília naquele ano. Todos esses mandatos foram pelo PT, partido do qual se desfiliou no ano passado. “No PCdoB está céu de brigadeiro, muito mais tranquilo, e tenho calma para decidir o melhor para meu grupo”, discorreu.

No fim do ano passado, o presidente paulista do PCdoB, deputado federal Orlando Silva, sondou Siraque sobre a possibilidade de lançá-lo à Câmara Federal. Isso porque, com a aprovação da cláusula de barreira, empecilhos foram criados para acesso a recursos públicos para manutenção das atividades partidárias.

Pelas regras, só terá direito ao fundo e ao tempo de propaganda a partir de 2019 a sigla que tiver recebido ao menos 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação (nove Estados).

Até pela redução de quadros de expressão em âmbito nacional – Aldo Rebelo, por exemplo, migrou para o PSB –, o PCdoB decidiu lançar a ex-deputada gaúcha Manuella D’Ávila como candidata à Presidência da República, no intuito de puxar votos de legenda e manter o desempenho da sigla comunista. “É uma excelente presidenciável”, sintetizou Siraque, que já vislumbra dobradas para sua campanha. “A principal será com o Orlando Silva. Mas estamos costurando outras.”