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S.Caetano tem combustível mais caro do Grande ABC

Levantamento aponta que a gasolina é vendida na cidade por R$ 3,94 e, o etanol, R$ 2,71

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
31/12/2017 | 07:23
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Claudinei Plaza



O abastecimento de veículos tem sido um dos vilões do bolso do consumidor – principalmente depois que a Petrobras implantou nova política de preços para os combustíveis no início de julho, promovendo reajustes quase que diários nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. No Grande ABC não é diferente, e o preço na bomba assusta os clientes, principalmente em São Caetano, que tem o custo médio mais ‘salgado’ da região.

A constatação é do IPTL (Índice de Preços Ticket Log), que traz os dados de 36 mil postos de combustíveis brasileiros credenciados da Ticket Log (o Ticket Car, por exemplo, é destinado a empresas com necessidades de pagamento de combustível).

Quem abastece em São Caetano paga, em média, R$ 3,948 pelo litro de gasolina e R$ 2,717 pelo de etanol, conforme a pesquisa. Já em postos situados em Santo André, o derivado da cana-de-açúcar sai a R$ 2,685, o litro, e enquanto que o do combustível fóssil, R$ 3,861. São Bernardo tem o custo médio mais econômico da região, de R$ 3,841 para a gasolina e R$ 2,687 para o etanol.

Questionado sobre essas diferenças, o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do ABCDMR), Wagner de Souza, explicou que o fator que mais influencia no preço do combustível é o valor repassado pelas distribuidoras.

“Dependendo da região, eles vendem mais caro ou mais barato, por conta dos gastos com a logística, por exemplo. Apesar de a ANP (Agência Nacional do Petróleo) regulamentar o setor, o preço é livre, democrático e influenciado pelo regime capitalista em que vivemos. A concorrência é o segundo fator que determina o preço. Mas as distribuidoras são quem dão ‘as regras’, são elas que determinam a margem de lucro do posto”, analisou o dirigente.

Além disso, Souza apontou que há todo um mercado informal por trás das bombas. “Não podemos deixar de falar em adulteração de combustível, sonegação de impostos e relações com as distribuidoras que favorecem alguns proprietários de postos. Por isso, deve-se desconfiar de valores muito baixos. As distribuidoras pagam a mesma coisa ao comprar da refinaria”, acrescentou.

Segundo o presidente do Regran, de R$ 0,03 a R$ 0,05 é a variação normal do litro da gasolina, do etanol ou do diesel entre um posto ou outro, principalmente se for da mesma bandeira. “Fora isso, os preços de compra e venda saem da normalidade, por algum dos motivos já citados.”

A dica é pesquisar e verificar em quais postos o combustível rende mais, deixando o carro em plenas condições. “O consumidor precisa ser o seu próprio fiscal”, advertiu Souza.

Para decidir entre qual o combustível mais vantajoso, vale fazer as contas no próprio posto. Basta multiplicar por 70% ou 0,7 o valor da gasolina. Por exemplo, em São Caetano, considerando o valor de R$ 3,948 da gasolina, até R$ 2,76 vale apena o etanol. Acima disso, o derivado fóssil. Como, segundo a pesquisa do Ticket Car, o custo médio do etanol é de R$ 2,717, neste caso vale optar pelo renovável.

OUTRAS REGIÕES - Ainda de acordo com a pesquisa, apesar de São Paulo ser o Estado com os menores preços da região Sudeste, os consumidores paulistas também perceberam elevação dos preços em relação aos valores cobrados. A gasolina ficou em R$ 3,91, alta de 3,5%, e o etanol registrou preço médio de R$ 2,67, aumento de quase 5%.

Já o Rio de Janeiro segue como o Estado que apresenta os combustíveis mais caros de todo o Sudeste. A gasolina registrou média de preço de R$ 4,49 em novembro, uma alta de 4,26%. O etanol atingiu valores de R$ 3,39, aumento de 2,95%, e o diesel atingiu a média de R$ 3,56, elevação de 2,84%.


Gasolina sobe R$ 0,60 na região desde julho

Os preços dos combustíveis no Grande ABC não param de subir desde que a Petrobras mudou sua política de preços, em julho, e passou a balizar os valores praticados no País com os verificados no mercado internacional.

Em julho, para se ter ideia, o preço médio dos combustíveis na região era de R$ 3,30 e, hoje, R$ 3,90, ou seja, R$ 0,60 a mais. Na prática, quem enchia o tanque de 45 litros de um veículo, gastava R$ 148,50 e, agora, R$ 175,50 – incremento de R$ 27.

Segundo Wagner Souza, do Regran, essa política de preços da Petrobras é insustentável. “Queremos deixar claro que esta enxurrada de reajustes parte da Petrobras, que repassa aos distribuidores e só depois chega nos postos. Ficamos de mãos atadas”, assinalou.

Ainda segundo ele, no caso do etanol, que não tem custo regulado pela Petrobras, a alta nos preços se deve ao aumento nas alíquotas de PIS/Cofins, anunciadas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) em julho, que acabaram impactando custo. “Acredito que o objetivo é deixar todos competitivos e evitar maior migração para um só combustível.”

No caso do renovável, que custava em torno de R$ 2,27, hoje está na casa de R$ 2,70, ou seja, R$ 0,43 a mais.
 




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