A 93ª São Silvestre reúne cerca de 30 mil pessoas por algumas das principais vias da Capital amanhã pela manhã
Aproximadamente 30 mil pessoas de 40 países vão participar amanhã da mais tradicional prova do calendário de corridas do Brasil. A partir das 8h20, será dada a largada para a 93ª São Silvestre e o desafio dos brasileiros ainda é acabar com o predomínio africano, que já dura seis anos – com três títulos para o Quênia e três para a Etiópia (o último tupiniquim a vencer foi Marílson Gomes dos Santos). Principal atleta do País cotado para quebrar este jejum, Giovani dos Santos marcou presença entre os primeiros colocados nas últimas seis edições e agora espera, enfim, alcançar o primeiro degrau.
“Subir no pódio seis vezes é para poucos. Espero que todos os brasileiros fiquem contentes com meu resultado, independentemente de qual seja, mas vou procurar subir no lugar mais alto para dar alegria à torcida. Sei que eles torcem muito por mim”, declarou ontem o atleta, que tentou justificar tamanha soberania dos competidores estrangeiros. “Nós, que competimos aqui de janeiro a janeiro, ao final do ano estamos desgastados. Já os africanos chegam mais descansados. Eles estão em peso mais uma vez, mas como sou um guerreiro espartano vou com tudo”, disse o corredor, que venceu a Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, no início do mês – pela sétima vez.
Com discursos curtos e cercados de timidez, os representantes da África demonstraram confiança. “Espero ganhar”, resumiu o queniano Paul Lonyangata, 24 anos, campeão da Maratona de Paris em abril. O atleta explicou, aos risos, o motivo pelo qual ele e os compatriotas costumam se dar bem no esporte. “A gente costuma ir para a escola correndo”, comentou, antes de explicar que morava quase dez quilômetros distante de onde estudava.
Mas se os africanos são temidos pelos brasileiros, a recíproca é similar. Pelo menos nas palavras – sinceras, ou não – do queniano Stanley Biwott. “São muito fortes”, referiu-se aos rivais sul-americanos. E, além de Giovani dos Santos, estarão na disputa Franck Caldeira, campeão de 2006, Wellington Bezerra, Gilberto Lopes, Valério Fabiano e Éderson Pereira, entre outros. No feminino, destaques para Tatiele de Carvalho, Joziane Cardoso dos Santos, Andréia Hessel e Adriana Aparecida Silva.
PREMIAÇÃO
A São Silvestre 2017 vai distribuir R$ 428 mil em prêmios entre os dez primeiros colocados tanto na prova masculina quanto na feminina. Os campeões levarão para casa R$ 90 mil cada. Os vice vão faturar, respectivamente, R$ 45 mil.
Franck Caldeira é principal nome da região
O Grande ABC terá representante de peso na edição 2017 da São Silvestre. Campeão em 2006, o atleta da B3 Atletismo/São Caetano Franck Caldeira retorna à disputa após sete anos. Neste período, se dedicou às maratonas (42 quilômetros) visando os Jogos de Londres-2012 e Rio-2016. Desde então, nunca mais correu uma prova de 15 quilômetros. Agora, entretanto, reencontra o evento que o consagrou.
Com o sorriso característico no rosto, Caldeira exaltou o regresso às provas de distância mais curta e destacou a importância dos competidores da África na São Silvestre. “Os africanos são a pedra no sapato, mas essa pedra tem que existir, porque ela valoriza nossas vitórias. Estou voltando agora às minhas origens, que é a corrida de rua, para que seja o início de um novo ciclo olímpico na minha vida”, destacou o atleta de 34 anos. “Correr a São Silvestre é sempre um desafio: tem a questão do clima, do ritmo nas descidas e subidas, além dos trechos sinuosos. É uma prova que é muito técnica. Vai ser muito gostoso voltar para a São Silvestre”, afirmou.<
Além dos atletas profissionais – a B3 São Caetano terá também Eder Uillian da Silva e Robson Pereira de Lima – e de inúmeros avulsos, comparecerão às ruas da Capital ainda diversos competidores que integram grupos do pedestrianismo. A Companhia de Corrida, por exemplo, participará com 16 atletas, enquanto a Number One terá seis representantes.
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