Os trabalhadores demitidos da gráfica Prol, em Diadema, estão sem receber as verbas rescisórias. Cerca de 300 funcionários dispensados no fim de 2015 e outros 350 desligados há dois meses dependem de decição judicial para rescindir seus contratos. A única garantia de recebimento dos direitos é a massa falida da empresa, entretanto, os ex-colaboradores afirmam que o local está sendo invadido e o maquinário, roubado.

“O juiz decretou a falência (da gráfica) e lacrou as instalações. O problema é que está sem segurança e o pessoal vem roubando. Ontem (na terca-feira), havia cerca de 30 pessoas furtando”, lamenta um ex-funcionário que atuou por 11 anos como impressor na empresa e preferiu não se identificar. Ele conta que, em outubro, todos os funcionários saíram de férias coletivas e, durante o período, foi decretada a falência da Prol.

“A gráfica deixou todo mundo na mão. Tenho colegas que chegaram a passar fome e outros estão quase sendo despejados por não conseguir pagar o aluguel”, desabafa. “Já estávamos sem receber salários, benefícios e o 13º (salário). Para liberar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e dar entrada no seguro-desemprego, só por meio da Justiça”, diz.

Com o objetivo de reivindicar mais segurança da massa falida, aproximadamente 20 trabalhadores protestaram ontem em frente às instalações da Prol, que chegou a empregar 1.200 pessoas. A movimentação foi acompanhada pela Polícia Militar e, segundo um dos manifestantes, três pessoas já haviam tentado invadir o local pela manhã.

A equipe do Diário procurou o administrador da massa falida, porém foi informada que o responsável não irá comentar o caso e que todas as providências legais já foram tomadas. Procurado, o diretor do Sindicato dos Gráficos do ABC responsável pela situação não foi localizado. A equipe de reportagem também tentou contato com a Prol Editora e Gráfica, no entanto, nenhum dos telefones estava em funcionamento.