A crise ainda não passou, mas começam a aparecer os primeiros sinais de que a pior fase está sendo superada. A indústria do Grande ABC, após dois meses de demissões, fechou outubro com índice positivo de empregos. Ou seja, contratou mais do que demitiu durante os 31 dias do mês passado. O saldo ficou em apenas 50 postos. É pouco, mas melhor do que nada.

É sempre bom poder dar notícia favorável. Mas, neste caso, convém um pouco de parcimônia em relação aos resultados. É necessário algum tempo de maturação para verificar se realmente avançamos em direção à retomada das ofertas de trabalho ou se tudo não passou do que os economistas convencionaram chamar de ‘voo de galinha’, barulhento, curto, rápido em sem propósito.

É certo que o Grande ABC atravessa período mais promissor que o vivenciado há pouco tempo. Nos dez primeiros meses de 2016, por exemplo, a região possuía deficit de 19.250 vagas de trabalho. No mesmo período deste ano, continua no vermelho, porém a defasagem está em 3.450 colocações. Apesar de ainda ser negativo, é quase seis vezes menor.

Ao que parece, o setor produtivo regional deixou o fundo do poço e, lentamente, inicia processo de recuperação. Tomara que tenha fôlego para se manter de cabeça erguida. A economia sob controle – a inflação entre janeiro e outubro (2,21%) é a menor desde 1998 – e as novas regras para as relações de trabalho que começam a valer hoje são indicativos altamente favoráveis de que é possível acreditar.

A indústria, símbolo maior do desenvolvimento da região, é o principal termômetro da economia local e nacional. Principalmente porque é responsável pelos maiores salários e benefícios aos colaboradores. Se o setor volta a contratar, outras áreas também avançam, como comércio e serviços, gerando, além disso, oportunidades de trabalho e renda.

A pronta recuperação do segmento é vital para o Grande ABC.