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Campanha salarial
Metalúrgicos do ABC realizam assembleia e iniciam greve
Daniel Tossato
25/10/2017 | 19:02
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Em campanha salarial desde 1º de setembro, data-base da categoria, os Metalúrgicos do ABC aprovaram ontem, em assembleia, propostas apresentadas pelos grupos patronais de Estamparia, Fundição e Grupo 8, que reúne os sindicatos de empresas de trefilação, laminação e artefatos de metal. A negociação, conduzida pela FEM- (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), garantiu a reposição da inflação do período pelo INPC - de 1,73% - e a renovação das convenções coletivas de trabalho assinadas no ano passado com a inclusão de uma “cláusula de salvaguarda”, que assegura aos trabalhadores que as alterações na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), previstas pela reforma trabalhista não sejam aplicadas sem que haja negociação com o Sindicato.

Greve - Os trabalhadores também decidiram iniciar uma série de paralisações nas empresas dos Grupos 3, 10 e Sindicel, que ainda não apresentaram propostas viáveis para negociação com a Federação. Já na manhã de hoje, cerca de 1,3 mil trabalhadores entraram em greve nas fábricas Parker e Nakata, em Diadema, e ZF e Fiamm, em São Bernardo. O movimento deve continuar nos próximos dias, mas as empresas que se comprometerem a assinar acordo diretamente com o Sindicato não serão paralisadas.

“Essa tem sido, infelizmente, uma prática desse grupo patronal, que há quatro anos não aceita assinar a Convenção Coletiva. O que acontece é que grande parte das empresas acabam procurando o Sindicato para firmar o acordo, independente da decisão da sua bancada. Isso já está acontecendo. Várias empresas desse setor já se comprometeram a vir ao Sindicato na semana que vem para assinar o acordo coletivo, nas mesmas condições negociadas com os outros grupos”, explica o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

Wagnão ressalta a importância da assinatura desses acordos, com a cláusula de salvaguardas. “Nosso foco na campanha salarial deste ano tem sido tem sido a obtenção dessa proteção, que assegura o papel do Sindicato como mediador entre as empresas e o trabalhador, garantindo que elas não avancem sobre direitos com base na nova legislação. Qualquer alteração terá de passar pela negociação com o Sindicato e isso é fundamental, pois essa campanha está nos mostrando o quanto a bancada patronal está empenhada retirar cláusulas historicamente conquistadas da categoria, como a estabilidade ao acidentado, entre outras”, aponta.

Os Grupos 8, Forjaria e Estamparia representam 14 mil trabalhadores na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Com o grupo 2, que representa cerca de 13,4 mil trabalhadores, a convenção coletiva também já está assinada, pois a negociação feita em 2016 tem validade por dois anos. Como as montadoras negociam em separado e fecham, em geral, acordos coletivos de longo prazo, a campanha salarial de 2017 já está finalizada para cerca de 75% dos trabalhadores da base, faltando os cerca de 9, 5 mil trabalhadores do grupo 10 e os 14 mil do grupo 3. Em todo estado de São Paulo estão em campanha salarial cerca de 198 mil metalúrgicos, divididos nos grupos listados abaixo.

Bancadas patronais da Campanha 2017
• Grupo 2
Máquinas/equipamentos elétricos e eletroeletrônicos
• Grupo 3
Peças, parafusos e forjaria – Sindipeças, Sindiforja e Sinpa
• Grupo 10
Lâmpadas; equipamentos odontológicos; mecânica; material bélico; entre outros
• Estamparia
• Fundição
• Subdivisões do Grupo 8
– Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos)
– Sicetel (trefilação e laminação de metais ferrosos) e Siescomet (Esquadrias e construções metálicas)
– Sinafer (ferros, metais e ferramentas), Sianfesp (artefatos de metais não ferrosos) e Simefre (equipamentos ferroviários e rodoviários)  




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