O vereador de São Bernardo Osvaldo Camargo (PPS) alega ter sido expulso pelo prefeito, Luiz Marinho (PT), da plenária do PPA (Plano Plurianual) Participativo realizada na noite de anteontem na Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Benedito José de Moraes, no Jardim Silvina. O parlamentar registrou BO (Boletim de Ocorrência).

A confusão começou no momento reservado à participação do público na reunião. Osvaldinho afirma que iria comentar a explanação feita pelos integrantes do governo petista, quando foi repreendido pelo prefeito. “Ele (Marinho) disse que ali não era a Câmara para eu falar”, disse o parlamentar.

O oposicionista insistiu, mas, segundo ele, o chefe do Executivo solicitou que integrantes da GCM (Guarda Civil Municipal) o retirassem do local. Segundo o vereador da oposição, funcionários comissionados da Prefeitura também o pressionaram a deixar a reunião.

“Quando estava saindo, fui hostilizado verbalmente. É um absurdo uma atitude como essa. Antes de vereador, sou cidadão e morador do bairro, mereço respeito”, declarou.

A bancada do PPS na Câmara pretende entrar com ação no MP (Ministério Público) questionando o tratamento dado por Marinho ao parlamentar. Indagado ontem pela equipe do Diário sobre a confusão, o chefe do Executivo não quis comentar o caso.

Esse não é o primeiro entrevero entre Marinho e Osvaldinho, que já foi aliado do petista, mas hoje é um dos mais críticos do petista no Legislativo.

Ano passado, durante caminhada no Jardim Silvina na reta final da eleição, o prefeito advertiu moradores por supostos comentários ofensivos feitos por Osvaldinho a ele.

O popular-socialista foi candidato a vereador em 2008 pelo PTB, então sigla do vice-prefeito Frank Aguiar (atualmente no PMDB). Mas, após divergências com a direção da legenda, deixou o grupo governista e migrou para a oposição. Na ocasião, Marinho disse que ele nunca foi um aliado, sempre atuando ao lado dos contrários ao governo.

A postura de Osvaldinho já rendeu embates acalorados com os integrantes da bancada de sustentação. Em fevereiro, ele bateu boca com o então líder da bancada petista na Casa, Paulo Dias. A discussão só não terminou em briga pela intervenção dos outros vereadores no plenário.

Em agosto, Osvaldinho se desentendeu por três vezes com o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), chamando-o de autoritário.