Em outubro, na reunião anual do FMI, a declaração apresentada pelo Brasil foi assinada pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e fez críticas às análises do FMI. "As avaliações recentes do FMI sobre o Brasil têm sido contraditórias", afirmou o texto. Mantega não veio à reunião do FMI, mas assinou a carta.
Na ocasião, o Fundo cortou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país e, em uma entrevista à imprensa, o economista-chefe da casa, Olivier Blanchard, afirmou que os problemas brasileiros são primordialmente internos. O Brasil tem crescido pouco por insuficiência de investimento, baixo grau de confiança dos empresários e, em 2014, também por causa da incerteza política em meio às eleições. Mantega contestou e disse que fatores externos, como a desaceleração da economia mundial e a queda dos preços das commodities eram fatores importantes para explicar o fraco desempenho do país.
Durante a reunião de primavera esta semana em Washington, o FMI também cortou a previsão de crescimento do Brasil, mas tem feito elogios aos ajustes que vêm sendo implementados pela equipe econômica de Dilma Rousseff. "A política econômica que foi aplicada (no Brasil) é uma combinação de política fiscal séria com ancoragem de expectativas de médio prazo. O que vemos como resultado nas nossas previsões é um crescimento negativo neste ano se tornando positivo no ano que vem", afirmou a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde. Nesta sexta-feira, 17, Ontem, ela teve uma reunião reservada com Levy.
Nesta sexta, o diretor do departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, também ressaltou que as medidas ficais e monetárias adotadas no Brasil são "criticamente necessárias" e devem ajudar a restaurar a confiança dos agentes.
O FMI também tem feito menções positivas ao ajuste brasileiro em documentos oficiais, como o relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado esta semana. "O compromisso renovado das autoridades brasileiras para conter o déficit fiscal e reduzir a inflação vai ajudar a restaurar a confiança no quadro da política macroeconômica do Brasil, mas vai reduzir ainda mais a demanda de curto prazo", afirma o documento. A previsão de crescimento do Brasil foi reduzida para contração de 1% este ano, ante expectativa de expansão de 0,3% em um relatório do FMI de janeiro. Para 2016, a previsão é de expansão de 1%.
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