Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
A greve dos caminhoneiros, que chegou ao fim a duras penas, com radicais resistências, de intenções obscuras, teve único aspecto positivo: expôs com ênfase alguns dos graves problemas do Brasil. No mais, a meu ver, o movimento não teve vitoriosos, pois a Nação perdeu! E quando isso ocorre, a sociedade é a maior derrotada.
A paralisação estendeu-se por muito tempo, extrapolando o limite do razoável. Foram imensos os prejuízos, a começar pelo inaceitável cerceamento do direito constitucional de ir e vir. Foram apenadas as cadeias produtivas de todos os setores. O Brasil parou, com graves ônus para os seus 209 milhões de habitantes.
O primeiro grande problema evidenciado pelo movimento refere-se à questão tributária. Os impostos não oneram demasiadamente apenas os combustíveis e os transportes, mas todas as atividades produtivas e a população. Assim, fica muito clara a mensagem: não se pode postergar mais a reforma tributária!
Outro gargalo grave exposto diz respeito à precariedade da infraestrutura de transportes e de logística. O País depende umbilicalmente de rodovias e caminhões para a mobilidade de cargas. São urgentes, portanto, investimentos em ferrovias e hidrovias.
Excesso de impostos e infraestrutura precária, incluindo aqui os riscos referentes à energia e o seu alto preço, expõem duas causas estruturais da baixa competitividade de nosso País. Este problema é agravado pela prática permanente de juros elevados, a burocracia exacerbada e a insegurança jurídica.
Ou seja, questões relativas às políticas públicas e à ineficiência ou eficiência do Estado. E por que a greve nos fez lembrar tanto disso? Ora, porque a ineficácia e a morosidade do setor público retardaram a adoção de medidas contingenciais para o enfrentamento das consequências do movimento.
Finalmente, a paralisação evidenciou a dispersão de lideranças, a ponto de numerosos caminhoneiros ignorarem a formalização do acordo oficial entre as autoridades e os sindicatos da categoria. E, frise-se, foi negociação muito desfavorável aos setores produtivos, à economia e à sociedade, à medida em que as concessões com as quais o governo concordou agravam o já imenso rombo fiscal. Assim, fechou-se com chave de lata (enferrujada!) episódio no qual todos os brasileiros perderam.
Para não agravar essa derrota e conseguir virada rumo ao desenvolvimento, é premente solucionar os graves problemas que a greve escancarou, por meio de investimentos privados e públicos e marcos regulatórios que propiciem segurança jurídica e estimulem esse aporte de capital!
Fernando Valente Pimentel é o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
Palavra do leitor
Capinação
Em 25 de abril solicitei capinação no terreno atrás da Rua Otávio Cândido, no Jardim Las Vegas, em Santo André, para evitar que alguém ateasse fogo no mato. Em outras ocasiões já havia falado com vereadores e assessores sobre essa situação. Dia 18 de maio enviei mensagem no WhatsApp com fotos do mato pegando fogo e também o número da solicitação de capinação. Minha mensagem sequer foi lida. Reenviei as fotos e o pedido de capinação e novamente a mensagem sequer foi lida. Solicito solução da situação. Atearam fogo novamente. Meu quintal está imundo de fuligem e as roupas lavadas, com cheiro de fumaça. Protocolo é o 2049920185. Aguardo ao menos retorno.
Marcos Aurélio Martins
Santo André
Pílulas
Certa vez um cidadão europeu anunciou ter criado pílula que matava a sede, bastava tomar uma com dois copos de água. Assim é no Brasil. Pílulas para tudo,mas, no fim, sempre acaba em ‘dois copos de água’.
Nelson Mendes
São Bernardo
Mentem
Parte da mídia nacional adora inventar números quando se tem algum evento . No último, foi informado que havia 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista. Vamos calcular: extensão dessa avenida é de 2.700 metros. A largura, 50 metros. Total de 135 mil metros quadrados. Em grande aglomerado de pessoas temos nove por metro quadrado. Então, na via tínhamos 1,215 milhão de pessoas. Vão inventar números lá na China, porque aqui já encheu o saco.
Breno Reginaldo Silva
Santo André
Zona Azul
Os munícipes de Santo André até pouco tempo utilizavam as proximidades da estação ferroviária Prefeito Saladino para estacionar seus veículos ao optarem pelo transporte público de trem ou ônibus para locomoção. Acontece que, de uns meses para cá, a fúria arrecadatória do município alcançou também esse local, sendo implementado serviço de Zona Azul, dificultando, assim, o uso do transporte público e, consequentemente, contribuindo para tornar o trânsito da região mais caótico ainda. Hoje não passam de meia dúzia os veículos estacionados no local, quando antes havia por volta de 60, aproximadamente, que se utilizavam do espaço como apoio. Como se vê, a preocupação dos prefeitos de nossa região não é a Mobilidade Urbana e, sim, a avidez por arrecadação. Acredito que o bom-senso deve prevalecer e essa medida, revogada pela Prefeitura para o bem dos moradores da região.
Mauri Fontes
Santo André
Incentivo
A extensão continental do Brasil poderia servir de incentivo para o aproveitamento da greve dos caminhoneiros, que ainda tem grande repercussão. E de forma positiva poderia servir de motivação para organismos públicos e iniciativa privada para a construção de sistema ferroviário de Norte a Sul e levar em consideração a situação de cada Estado, permitindo, com isso, transporte de passageiros e mercadorias e diminuindo os congestionamentos. E até transportando caminhões carregados de mercadorias diversas, a exemplo de países do primeiro mundo. Ou seja, todos os brasileiros seriam beneficiados.
Uriel Villas Boas
Santos (SP)
Refém
Depois que o governo capitulou, ficou refém de grevistas. Caminhoneiros ameaçam nova greve se tabela de preços mínimos de frete for alterada. O governo deveria se organizar e dar basta nessa situação. A população não pode pagar pelos erros de ninguém, ou pela falta de solução. Já foram aplicadas as multas? Pois é, o governo sabe da tentativa de derrubá-lo. Vai ficar sentado esperando o caos?
Izabel Avallone
Capital
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