É ano de eleição na distante e estranhíssima terra do Ó, evento que pela sua importância, deixa o ar cheio de muita inquietação por aquelas bandas. Talvez pela falta que faz um nome em quem se possa depositar alguma confiança, os eleitores de lá sintam-se assim, meio angustiados. Candidato, a bem da verdade, é bicho que não falta, alguns com o descarado intuito de suceder sua majestade especialista em golpes. O que não se sabe é se há algum com currículo tão invejado nessa digníssima carreira que consiste principalmente em dar rasteira no próximo, faturar alto com medidas ilícitas que se joga no ventilador, ser pego com a boca na botija e ainda continuar no trono. Isso é que é talento!

Entretanto, é preciso considerar que rato há aos montes no extenso submundo das esferas federal, estadual e tal, órgãos que deixam a clara impressão de que só foram criados um dia para a sacanagem oficializada e generalizada.

Daí conclui-se que cada roedor é escolarizado de longa data e, por isso, devidamente capacitado para assumir o poder com a mesma competência.

Só de pensar em tudo isso, dá uma tristeza, bate um desânimo que só vendo!

Dá nisso, ficar aqui tentando dimensionar o tamanho da safadeza no Ó, para depois dividir com o leitor que talvez procure voltar sua atenção para o futebol, como forma de não pensar naquilo que não pode mudar. Não em curto prazo.

E esses súditos leitores, inclusive, já aguardam desesperados os ataques dos meios de comunicação que não pouparão esforços para maquiar a cara lavada de quem é conveniente que tenha carinha de santo trabalhador e honesto. Dá mesmo uma vontade danada de se desligar das notícias, deitar a cara nas mãos e esperar passar esta vida que privilegia as mazelas em detrimento da justiça social. Pobre gente do Ó que já pensa até em mudar o nome do lugar para Reino da Ratolândia.

Mas a enxurrada de propaganda, enaltecendo cada candidato à carreira milionária, vem aí, mais forte que chuva de verão. Não há o que se fazer, a não ser segurar a onda que por certo há de embrulhar o estômago do eleitor, que não suporta mais tanta mentira e que não tem para onde correr. A cultura do dinheiro fácil e do poder a qualquer preço, domina compulsivamente os ímpetos políticos que colocam o povo em décimo plano na intenção de reis e nobres que infestam o Reino do Ó. Praga!

Apesar de que, operação isso e operação aquilo teriam vindo para livrar o reino dos dentes afiados que vêm roendo a sua economia há mais tempo do que súdito comum é capaz de imaginar. Logicamente que logo ficou claro que todo esse aparato tinha como objetivo derrubar um único partido do lugar. Mas o tiro acabou no pé. Mesmo assim, os xerifes, que não têm os olhos vendados como a distinta dama que enfeita o garboso palácio da justiça, insistiram em garimpar provas para uma acusação sem fundamento só para derrubar um único candidato a rei, aquele escolhido pelo povo do reino. Estava difícil. Decidiram, então, condená-lo de qualquer jeito. Qualquer culpa vale, afinal, eles são os donos da bola. Agora o povo ficou assim, meio sem assunto. Sobraram só os ratos...