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MP apura participação de policiais em mortes em Ribeirão Preto
Tatiana Freitas
Do Diário OnLine
06/08/2002 | 10:43
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O Ministério Público investigará a suposta participação de policiais nas sete mortes ocorridas na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, nos primeiros dias do mês de agosto. A principal denúncia a respeito partiu da mãe de três irmãos mortos com tiros na cabeça neste final de semana.

Nesta terça-feira, Gizelda Anastácio deve apresentar uma denúncia formal ao Ministério Público e promete levar nomes de quatro policiais militares que estariam ameaçando um de seus filhos assassinados. Dos três mortos, dois deles eram menores de idade.

Gizelda contou que na noite de sexta-feira homens encapuzados invadiram a sua casa à procura de Vanderson Anastácio, que matou um bombeiro durante uma tentativa de assalto. Vanderson, 17 anos, passou um tempo detido na Febem pelo crime, mas já havia sido libertado.

Ele estava na casa no momento da invasão, mas Gizelda informou que ele se escondeu debaixo da cama quando viu que os homens vestiam calças e botas semelhantes às da polícia militar. Sem encontrar o que procuravam, os homens, segundo ela, mataram a filha de 15 anos e o namorado dela dentro de casa.

De acordo com a mãe, a família, então, resolveu denunciar os assassinatos à polícia e seguiu até a delegacia da cidade. Lá, receberam a garantia da polícia de que teriam uma escolta no retorno para casa. No entanto, no momento em que deixaram o local, já na madrugada de sábado, não havia mais escolta, de acordo com a mãe.

Gizelda, acompanhada de seus dois filhos – Vanderson e Anderson -, voltou para casa no carro da família, uma Parati. No meio do caminho, um Santana abordou o veículo e retirou os garotos do carro. Segundo ela, homens encapuzados executaram os jovens na frente dela, junto a um paredão de Ribeirão Preto.

Desde março, pelo menos 16 pessoas foram executadas com tiros na cabeça na região. Essa é a terceira denúncia de que grupos de jovens são assassinados no local.

A Ouvidoria da polícia afirmou que a denúncia é antiga, enquanto a Polícia Civil acredita que elas não têm fundamento.




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