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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Conflitos pela água
Do Diário do Grande ABC
19/03/2020 | 23:59
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As paisagens inóspitas do sertão nordestino representaram por décadas o flagelo de população obrigada a enfrentar aridez cortante. No nosso imaginário, boa parte do Nordeste sempre foi marcada pela escassez hídrica, conflitos pela água e fuga da população, mas esse cenário já não é mais exclusividade daquela região.

A seca inclemente tem atingido outras localidades do País, aumentando os conflitos pela água em vários Estados brasileiros. Vivemos a contradição de contar com mais de 10% de toda a água doce do mundo, mas 80% desse volume está na bacia do Rio Amazonas, região habitada por menos de 10% da população brasileira.

O cenário de distúrbios está refletido nos dados da ANA (Agência Nacional de Águas), que revela 223 ‘zonas de tensão’ permanentes de disputa por recursos hídricos em todo o País. Em 2010, eram apenas 30 localidades com registro semelhante.

Outro levantamento, produzido pelo jornal O Estado de S. Paulo, publicado em fevereiro de 2020, revela que há 63 mil BOs (Boletins de Ocorrência) abertos em delegacias nos últimos cinco anos relacionados diretamente a conflitos pela água. As desavenças se multiplicam e estão presentes em áreas no Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Tocantins e Distrito Federal.

Alerta da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta aumento de 55% da demanda mundial por água até 2050 diante de mais de 9,1 bilhões de habitantes no planeta, sendo que 40% dessas pessoas viverão em regiões com situação de estresse hídrico.

Por isso, a gestão dos recursos hídricos e a implementação do saneamento precisam ganhar impulso e se tornar política de Estado permanente, independentemente dos administradores de plantão.

Falta de água não afeta apenas as populações mais pobres. Água é recurso essencial para desenvolvimento econômico e social de uma nação. Hoje, a água se transforma em energia elétrica, abastece milhões de pessoas, é responsável pela criação de peixes e insumo fundamental para a maioria das indústrias. Já a ausência de saneamento responde ainda por muitas doenças.

Os recursos hídricos podem se tornar tão valiosos que o custo de produzir água potável pode encarecer muito esse bem no futuro. Os impactos dessa nova realidade ainda não foram mensurados, mas, com certeza, a conta terá que ser paga por toda a sociedade.
Luiz Pladevall é engenheiro, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e vice-presidente da Abes-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).

PALAVRA DO LEITOR

Sem ônibus? – 1
Parabenizo este Diário pelo irretocável Editorial (Opinião, ontem), bem como as medidas editoriais ágeis, adotadas na diagramação do filho do News Seller, neste período de pandemia. Será que o Consórcio Intermunicipal foi precipitado ao suspender a circulação de ônibus no Grande ABC, de supetão? Que cada vez mais fiquemos sob a égide da personagem Miss Marple.
João Paulo de Oliveira
Diadema

Sem ônibus? – 2
Não concordo com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que congrega os sete municípios da região, que, a partir do dia 29, irá paralisar o transporte público nos sete municípios (Setecidades, ontem). Será quase 1 milhão de pessoas que ficarão sem transporte. Só quero ver quem depende de condução para ir trabalhar. Será o caos para todos nós. Pela lei as empresas têm que deixar 70% da frota em circulação. Espero que os prefeitos voltem atrás e não cancelem a circulação dos ônibus.
Fernando Zucatelli
São Caetano

Providencial
O povo nem precisou despachar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para casa. O coronavírus se encarregou de fazê-lo. Sorry!
Maria E. Amaral
Capital

Desinformação, não!
De nova doença para epidemia e, agora, pandemia. Nos últimos dias o coronavírus virou o principal assunto do mundo e, por consequência, a maior preocupação para todos e pelos mais diversos motivos. Desde questões políticas, diversão, esportes, passa por pautas econômicas e chega na saúde pública (a mais importante do momento). Mais do que lavar as mãos, usar álcool gel e máscara, a maior prevenção contra o vírus é a informação. Por isso é tão importante combater as fake news e não compartilhar conteúdo sem antes comprovar a fonte. Só se deve confiar naquelas notícias que nos são passadas por meio da imprensa e dos órgãos oficiais. Porém, além das notícias falsas, há também outros agravantes: o desencontro de informação e a falta de ação coordenada dos governos no Brasil e no mundo. O novo coronavírus causa estragos em vários lugares, mas o combate pode ocorrer com maior cuidado por parte de todos. No mais é aguardar para que a ciência possa encontrar o mais rápido possível remédio e/ou vacina que possam servir para tratamento mais efetivo e que proteja aqueles que não contraíram o impopular vírus.
Turíbio Liberatto
São Caetano

Assustador!
É assustador! Quem vai ao Centro de São Paulo encontra tudo fechado, a coisa está feia mesmo. Olha só, Mappin, Mesbla, Lojas Brasília, Lojas Tamakavi, Casas Buri, Lojas Brasileiras, G.Aronson, Ultralar, Sears, Lojas Babuche, Piter, Cassio Muniz, Arapuã, Ducal, Jumbo-Eletro, Peg Pag, Supermercados Sé, Casas Pirani e por aí afora. Salve-se quem puder. Com ironia, por favor!
José Marques
Capital

Nosso foco
Um bate panela na janela, o vizinho ouve, corre pegar sua frigideira e bate junto. A troco de quê? Contra o que ou quem? Sabe-se lá. Nestes tempos estranhos parece que muitos estão ligados no automático e reagem sem pensar quem são os verdadeiros inimigos. Hoje, diante do coronavírus, ele deverá ser – e será – nosso foco, our goal. E vamos vencê-lo. O ‘mimimi’ político vamos deixar para as páginas dos jornais diários, porque estes vão continuar a seguir a mesma toada, certos de que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Mara Montezuma Assaf
Capital

Solidário?
Em tempos de quarentena, onde nossas autoridades estão preocupadas com a não disseminação de mais uma praga chinesa, nos deparamos com os supermercados da região lotados de gente que, ao invés de ficar em casa se cuidando e cuidando dos outros, lota carrinhos com frascos de álcool gel, gêneros alimentícios e, pasmem, papel higiênico. A preocupação com o semelhante parece não ser prioridade para essa gente. Essa falta de respeito a si mesmo e ao próximo nos remete a uma dúvida: o brasileiro é realmente solidário ou grande egoísta que só se preocupa com o próprio umbigo?
Vanderlei A. Retondo
Santo André 




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