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Pacaembu vira ‘Flacaenflu’ por um dia

Estádio recebe 30 mil pessoas para clássico Fla-Flu pela Taça Guanabara, mas times decepcionam e empatam sem gols

Por Márcio Donizete
21/03/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O domingo na Capital não recebeu jogo de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e tampouco do Santos. E foi exatamente sem esses times que ontem o Pacaembu protagonizou um dia histórico para o futebol brasileiro. O Fla-Flu, um dos clássicos regionais mais charmosos – se não o mais – do País, foi realizado na maior metrópole do Brasil pela Taça Guanabara, a segunda fase do Campeonato Carioca, por conta do Maracanã e do Engenhão estarem fechados para reparos antes dos Jogos Olímpicos do Rio. Foi a tarde em que a bolacha acabou trocada pelo biscoito.

Horas antes do início da partida, as ruas em volta do Paulo Machado de Carvalho estavam tomadas por torcedores, em sua maioria, rubro-negros – o Flamengo era mandante e teve carga maior de ingressos que os tricolores, que marcaram presença mais timidamente.

Diversas famílias, crianças, idosos e até curiosos formaram o público no Pacaembu para uma tarde ensolarada e perfeita para o futebol. Mais de 30 mil pessoas viram o segundo confronto entre Flamengo x Fluminense no palco paulistano – o primeiro ocorreu em 1942. Tudo em clima de confraternização e paz, inclusive com as cadeiras cobertas com arquibancada mista, misturando fanáticos dos dois clubes envolvidos.

Um deles era o flamenguista cearense Antônio Rodrigues, que há seis anos reside em São Paulo e se encantou com a oportunidade de ver o clássico de perto. “Além de ser um jogo histórico, é uma sensação maravilhosa porque estou acostumado a ver o Flamengo na arquibancada de visitante, no canto. Não tem toda essa emoção de ter o estádio todo gritando ‘Flamengo’ que nem hoje (ontem)”, explicou o eletricista.

Já o carioca da gema Alberto Silva encarou duas horas de estrada desde Campinas com outros quatro amigos tricolores só para assistir ao duelo. “Fla-Flu é Fla-Flu em qualquer lugar, uma beleza. Olha a torcida deles e a nossa. Fla-Flu é lindo para caramba”, celebrou o engenheiro.

Flamengo e Fluminense no Paca – como o paulista costuma se referir ao estádio – maravilhou até quem está habituado a trabalhar nesse tipo de jogo, como o jornalista Cícero Mello, que cobre os times do Rio há décadas pela ESPN. “Já cobri Fla-Flu em Brasília, em Volta Redonda, mas nunca imaginei um Fla-Flu em São Paulo. É incrível, o Pacaembu é um estádio histórico”, relatou o repórter.

Só que em campo as equipes não retribuíram o carinho e festa dos torcedores. O clássico Flacaenflu ficou no 0 a 0, a exemplo do primeiro encontro no local, há 74 anos.

 

No jogo, fãs apoiam, mas se frustram

No Fla-Flu de ontem, pela segunda rodada da Taça Guanabara, as torcidas do Rubro-Negro e do Tricolor carioca deram show nas arquibancadas do Pacaembu. No lugar de provocações e palavrões, apenas gritos de incentivos para as equipes. 

Antes de a bola rolar, ambas se uniram com cânticos de ‘fora, PT’, em relação à crise política que o País enfrenta.

Os flamenguistas eram mais barulhentos por serem maioria, exibiram bandeirão com a palavra ‘raça’ e viveram intensamente cada momento do clássico do Rio. Mas os fanáticos do Fluminense também respondiam quando o time atacava e não decepcionaram. 

Já em campo, o jogo marcou o reencontro de Guerrero e Sheik com o estádio no qual fizeram história pelo Corinthians. Em 2015, já pelo Fla, não atuaram contra o Timão por acordo entre os clubes.

Na partida, os jogadores se esforçaram e buscaram apresentar bom futebol para os 28.727 pagantes, mas o duelo careceu de técnica e as chances de gol, escassas, frustraram os fãs, que, mesmo assim, não vaiaram os times. 

Após o 0 a 0, restou aos técnicos Muricy Ramalho (Flamengo) e Levir Culpi (Fluminense) agradecer o apoio dos paulistanos e se desculpar pela fraca atuação dos comandados.




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