Setecidades Titulo Descentralização
Estado se cala após retomada de diálogo sobre descentralização

Governo se recusa a avaliar primeiro encontro e
propostas apresentadas por representantes regionais

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
01/03/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Uma semana após representantes dos sete municípios do Grande ABC e Estado reabrirem, oficialmente, o diálogo sobre a distribuição descentralizada de medicamentos de alto custo na região, processo hoje concentrado no Hospital Mário Covas, em Santo André, o governo estadual segue adotando lei do silêncio sobre o assunto.

Representado na reabertura do diálogo pela diretora do departamento regional de Saúde do Estado, Vânia Soares Azevedo Tardelli, o governo estadual tem optado desde a semana passada por se pronunciar de maneira tímida sobre o assunto, sem manifestar qualquer tipo de avaliação inicial sobre as propostas apresentadas por representantes do Grande ABC, incluindo o possível aporte financeiro no processo de descentralização.

Após o Diário requisitar desde quarta-feira, por três vezes, entrevista com porta-voz do governo estadual para repercutir a retomada das discussões, a Secretaria de Estado da Saúde limitou-se a declarar, por meio de nota, “que recebeu as sugestões dos municípios e dará prosseguimento às análises conjuntas, bem como ao diálogo com os gestores da região”, evitando firmar qualquer tipo de prazo para se posicionar oficialmente aos municípios sobre as propostas apresentadas.

Em debate desde 2014, a proposta para descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas voltou a ganhar destaque no mês passado após novos secretários de Saúde e prefeitos da região declararem ao Diário interesse em tirar do papel o projeto.

Numa tentativa de efetivar a descentralização, secretários apresentaram ao Estado duas propostas preliminares para avaliação do governo.

Na primeira hipótese, Santo André e Mauá poderiam utilizar equipamentos já existentes, como, por exemplo, os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), para receber o serviço hoje feito do Hospital Mário Covas.

Já na segunda proposta, a região cogita a possibilidade de o governo estadual colaborar financeiramente para que municípios criem estruturas responsáveis por receber o serviço.

Responsável por articular o processo junto ao Estado, via Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, chegou a declarar na semana passada a necessidade de “avançar nessa discussão para que cada município possa cuidar dos seus pacientes”.

Atualmente, com média de 2.000 atendimentos por dia, o serviço da farmácia de alto custo tem registrado constantemente problemas com superlotação.

Mesmo após o Estado ter realizado série de mudanças no atendimento do serviço, como o aumento de guichês e na triagem de pacientes, usuários seguem tendo que aguardar, em média, quatro horas para retirada de medicamentos, podendo chegar a seis horas em dias de maior movimento.

 




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