Dave Grhol sempre foi um músico e artista excepcional, seja na bateria ou na crença que sempre teve em relação às suas ideias e pensamentos. Recusou convites no fim do Nirvana para acreditar e dar vida às músicas que moravam dentro dele. Lutou para o Foo Fighters ser o que é hoje: uma aula de como fazer rock de qualidade e ecoar por todos os fones de ouvido e caixas de som dos quatro cantos do mundo. E na madrugada de segunda, presenteou os fãs, ao lado da banda, para lançar o EP Saint Cecilia, que é muito mais do que um mero disco de poucas músicas.

O trabalho foi dedicado às vitimas dos atentados terroristas que ocorreram no dia 13 em Paris. Dá para escutar as canções pelo YouTube, Spotify, ou pelo site www.saintceciliaep.com, onde é possível baixar as músicas gratuitamente, ouvi-las por streaming e até encomendar um vinil por US$ 10,99.

Dave, em uma carta aberta que divulgou na internet, fez dedicatória especial. A banda Eagles of Death Metal – na qual seu parceiro de anos Josh Homme, do Queens of the Stona Age, também toca – se apresentaria na casa de shows Bataclan, em Paris, onde, antes do show, Nick Alexander vendia produtos da banda. O espaço também sofreu um ataque, horas antes da apresentação, que deixou 89 mortos. O líder do Foo Fighters fez um apelo para que todos ajudem a família da vítima neste momento.

Se usarmos como linha de raciocínio o penúltimo lançamento do Foo Fighters, que foi o EP Sonic Highways, não houve a intenção de produzir um grande single que exploda nas paradas de sucesso de rádios. A banda continua fazendo as coisas que gosta e inventa.

Iron Rooster, terceira faixa do disco, faz com que se volte ao mesmo e relembre o clima de The Colour and the Shape, álbum de 1997. Saint Cecilia, que dá nome ao lançamento, talvez seja a que mais cola nos ouvidos. Mostra exatamente o que é e como sempre vai ser o Foo Fighters: uma banda de se respeitar e sempre acompanhar quem aprecia música bem produzida, mas sem muita enrolação. O recado está dado, mais uma vez.