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Final de campeonato
Por Rodolfo de Souza
04/10/2018 | 07:00
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Estamos às portas de mais um pleito que elegerá, dentre tantos governantes, a autoridade máxima da Nação, aquele a quem compete montar equipe para trabalhar nos diversos setores criados para atender aos anseios básicos da população de todo o País. Pelo menos é o que se espera.

E se digladiam os candidatos, que não poupam esforços para alfinetar o oponente. Desde que lhes rendam uns poucos votos, seus comentários acerca das ideias, conduta e passado do outro, usam e abusam de calúnias e, não raramente, de ofensas pessoais. Vale tudo. Vale manobra com montagem de fotos que fazem sucesso na internet, mentiras, agressões forjadas, delação premiada sem provas, enfim, o que de mais podre vagar pela imaginação ardilosa, será, com toda a certeza, bem-vindo se a intenção é passar a perna no adversário, seu arqui-inimigo, com quem certamente estará de mãos dadas assim que amanhecer o dia e o fato estiver consumado. São estratégias utilizadas como arma, sobretudo, de quem anda na rabeira das intenções de voto, e deseja, a qualquer preço, uns pontinhos a mais nas pesquisas. Lembra até a disputa por uma bola em final de campeonato. Vale rasteira, puxar pela camisa, pisar no pé, cuspir na cara, e ainda mentir, dizendo que nada fez, que foi mal compreendido. Afinal, convenhamos, amigo torcedor, é necessário alcançar a meta, estar cara a cara com o gol. Se necessário, aplica-se até métodos condenáveis aos olhos daquele que ainda sustenta no singelo peito tupinambá um fiapo qualquer de escrúpulo. Mercadoria, aliás, em falta nas prateleiras deste imenso mercado político em que se negocia tudo e de tudo.

Eu, como mero expectador da peleja, costumo peneirar as informações que me chegam, de forma a não privilegiar falcatruas e conversa fiada, elementos tão presentes em embates eleitorais, principalmente aqui neste rico solo idolatrado, em que respeito a alguém ou a qualquer coisa é lição que não se aprende no berço. Basta que se dê uma olhada nos comentários que vêm logo abaixo de uma notícia na internet, para se constatar que a pobreza mental desse povo é que coloca no poder mentes que, no fim das contas, conspiram contra ele mesmo, o coitado que, sorrindo, ainda pensa que fez a escolha certa. E, lamentavelmente, o assunto diz respeito à maioria desta pobre gente que não teve acesso aos livros e que, portanto, se encontra mergulhada no ostracismo que ora tenta eleger o mais bravo, o que fala em armas e dissemina o preconceito e o ódio. Aquele que foge de debates por não ter um plano de governo, um único projeto, mesmo que pobre, destituído de verdades e recheado de desacertos.

É tênue, pois, o fio que sustenta a democracia neste circo. As forças dominantes, para quem o dinheiro sempre sobra, ajeitam as coisas, fazem alianças, compactuam com a mídia corrompida, tudo para se manter no poder até transformar esta terra numa República mergulhada na miséria e no desespero, que só deixará como opção a seu povo, a fuga em massa.

E é a favor da sombra que jogam agora. Não sabem, inclusive, que, com isso, também colocam em risco os seus privilégios e a sua liberdade.
 




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