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Possibilidades da contação de histórias

Além de divertir o público, ação criativa é capaz de incentivar hábito da leitura

Tauana Marin
18/03/2018 | 07:09
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Nario Barbosa/DGABC


A arte de contar e ouvir histórias existe desde a Idade da Pedra, na Pré-História, quando o ‘homem das cavernas’ usava pinturas e esculturas para divulgar as primeiras histórias. Com o desenvolvimento da fala e da escrita, as narrativas foram aperfeiçoadas. Dentro das famílias há sempre relatos feitos, geralmente, pelos mais velhos. A verdade é que é sempre bom mergulhar em narrativas, sejam elas reais ou fictícias, e grande mérito está na criatividade de quem repassa tudo isso para pessoas de todas as idades. É celebrando a atividade que foi criado o Dia Internacional do Contador de Histórias, festejado na terça-feira em data que tenta promover a prática.

Na semana passada, a Emef Bartolomeu Bueno da Silva, do bairro Santo Antônio, em São Caetano, realizou visita à biblioteca municipal para que seus alunos pudessem ampliar seu conhecimento de contação de histórias. Para Gabriel Fiorante Pereira, 8 anos, o despertar para o mundo literário surgiu ao ouvir contos em sala de aula. “Escutar aquelas histórias me fez querer levar livros para casa”, diz o menino, que já chegou a ler alguns para os pais. “Ajuda a gente falar e a interpretar melhor o texto.”

Também fã de literatura, Mateus Bazana Sartori, 9, confessa que costuma ter a atividade em casa. “Minha mãe e minhas avós sempre me contaram histórias das suas vidas e também alguns clássicos, como João e Maria. A forma como elas contam ‘prende’ minha atenção porque revelam vários detalhes que não têm nos livros”, explica. 

Para Maisa Rodrigues, 8, a criatividade no momento de ler o texto faz toda a diferença. “Costumo assistir ao Quintal da Cultura (TV Cultura). Eles encenam histórias e o que a gente imagina lendo toma formas, cores e gestos”, diz a menina. “A entonação da voz, a forma como falamos quando o personagem está com medo ou feliz, se ele está correndo e fala rápido, se está acordando e boceja. Tudo isso nos aproxima dos personagens”, completa a amiga Nicolli Lima Luiz, 10.

Importante perceber que a participação nesse tipo de brincadeira é capaz de desenvolver nas crianças interesse pela leitura em diferentes níveis e assuntos. Com a ajuda de obras recheadas de receitas, Lucas de Campo Salvio, 10, não parou mais de ler e acredita que a interpretação da leitura amplia as possibilidades dos contos. “É diferente quando você lê e quando outra pessoa te fala sobre esse mesmo livro. Às vezes, parecem duas histórias diferentes”, afirma o garoto. 

Pedro Henrique Alface Montevequi, 9, comenta que, quando lê livros, presta mais atenção no conteúdo, mas não dispensa toda a agitação de um bom contador de histórias. “A pessoa faz ‘caras e bocas’, interpreta as cenas e deixa o momento mais atrativo.”

Bibliotecas funcionam como espaço para soltar a imaginação

Usar a imaginação é uma das formas de exercitar o cérebro, deixando-o mais rápido e ágil. O universo da literatura é capaz de transportar as pessoas para outras realidades, aguçando nossa curiosidade e despertando sentimentos. Outras vezes, os contos revelam experiências passadas no mundo real, enriquecendo o conhecimento do leitor/ouvinte. 

As bibliotecas são lugares onde é possível encontrar tudo isso e mais um pouco. A Biblioteca Municipal Paul Harris (Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255. Tel.: 4229-0245), de São Caetano, por exemplo, disponibiliza seu acervo para os munícipes e promove, mediante agendamento das escolas, rodas de leitura, oficinas e encontro com escritores – inclusive autores do Grande ABC.

“A contação de história precisa criar suspense, deixar os ouvintes querendo saber o que vai acontecer. Isso pode ser feito apenas com a voz ou utilizando objetos que facilitem esse transporte ao mundo imaginário”, comenta Rosana Ciglio Bachert, professora e arte-educadora da Biblioteca Paul Harris. 

A arte de contar histórias começa dentro de casa, com contos que nos dizem respeito e que são passados de pais para filhos. Essa ação também ajuda a desenvolver as linguagens escrita e oral, a concentração e os aspectos físicos e motor. “O importante mesmo é que toda história nos deixa uma lição ao falar de diferenças, discriminação, dificuldades. Ler e escutar histórias ajudam em todas as áreas do conhecimento”, afirma Rosana.

ALGUMAS ATRAÇÕES NA REGIÃO


QUARTA

– O Sapo Bocarrão (anfíbio que adora comer e puxar papo com outros bichos até conhecer um crocodilo);

Biblioteca Guimarães Rosa (Avenida João Firmino, 900. Tel.: 4351-5422), em São Bernardo, às 9h; grátis

QUINTA

– Polegarzinha (menina tenta voltar para casa e vive apuros no caminho); 

Biblioteca Monteira Lobato (Rua Doutor Flaquer, 26. Tel.: 2630-5102), em São Bernardo, às 9h30 e às 14h30, grátis

SÁBADO

– Mito Grego (a deusa Atenas cria a aranha ao ser desafiada por jovem mortal; ilustrações projetadas em tela complementam a atração);

Sesc São Caetano (Rua Piauí, 554. Tel.: 4223-8800), às 12h; grátis. 




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