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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

É o diabo da febre
Por Rodolfo de Souza
15/02/2018 | 07:00
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 Pouca gente se dá conta de como as pessoas desta Terra, em cujo solo caminhamos eretos, têm um apego quase que doentio por algumas coisas, pelas quais ambiciona também o distinto habitante de outras paragens, respeitando, claro, gostos e costumes, os mais curiosos e obscuros. De qualquer forma, é o ‘diacho’ da febre que acirra os ânimos de quem dela é refém, normalmente o ser humano de qualquer etnia.

Em se tratando de Brasil, por exemplo, destaco a febre pelo futebol que lota estádios, dá ibope exagerado para a mídia televisiva, rende horrores para fabricantes de camisetas, de chuteiras, besteiras, cerveja... Tudo porque respira-se futebol nos campeonatos estaduais, nacionais, internacionais, copas daqui, dali e de acolá... E não há como contestar que se trata mesmo de um fenômeno que garante emoção ano inteiro, sobretudo para quem dele tira o seu lucro robusto.

Claro que não só de futebol vive essa raça: tem ainda a febre pelo Carnaval, alegria debochada que tudo autoriza em determinada época do ano. Muita farra à disposição de um povo habituado a sofrer com as farras políticas que lhe tolhem a disposição de viver. É a catarse que, de alguma forma, alivia-lhe o coração, e que vem por meio de blocos espalhados por todas as cidades do País. Festival de cores, música e Folia que também se dá por meio do glamour promovido pelos desfiles de escolas de samba das grandes metrópoles, que recheiam os bolsos dos meios de comunicação que se valem dos patrocinadores de eventos de tamanho porte.

Logicamente que outros tipos de febre tocam a vidinha do povo durante o ano, só para livrá-lo do tédio. Uma delas leva o telespectador a se deleitar com a notícia ruim que expõe a dor do outro nos crimes bárbaros das cidades; tem também a febre por sempre apontar o dedo e levar vantagem; a febre de quem pode comprar, e esbanja; a febre pela novela, pela bebida, pela comida, pela religião, pela fofoca... Está aí, pois, a razão de viver em constante estado febril o ser humano que se entrega a obsessões que, no decorrer dos tempos, passam a lhe soar banais.

Só que, não bastasse essa loucura de arrebentar os termômetros de toda uma vida, e o brasileiro agora se depara com um tipo diferente de febre, uma de cor amarela, que vem causando pânico. E esse terror tem origem no fato de muitos terem ficado pelo caminho ao contraí-la, o que leva governos a se mobilizarem para conseguir vacinar toda a população.

Certamente que, diante do medo, a população nem pensa nas dores cotidianas e noutras febres, e segue com o corpo a queimar novamente. É a febre de correr para as filas em busca de vacinar-se.

Mas a danada da vacina também andou dando cabo da vida de algumas pessoas que a tomaram, o que produziu mais medo e dúvida nos olhos do povo que descobriu as mazelas dos efeitos colaterais que normalmente derrubam o vacinado e que, dependendo de sua idade e do estado de seu sistema imunológico, podem até matá-lo. É o que eu tenho visto nos noticiários. Não vá pensar, o amigo leitor, que disponho de formação técnica para explicar aqui o assunto. Comento apenas o que ouço falar.

Fica, pois, a indagação: o que será desse povo amarrado a uma febrezinha, agora que se vê cara a cara com uma de verdade, com poder de arrebatá-lo desta existência? Droga de febre!




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