Artigo

Desde o ano passado, vemos interesse cada vez maior da população em acompanhar os desdobramentos de operações como a Lava Jato, que se tornou marco no combate à corrupção no Brasil. Mas isso vai muito além apenas da questão social. Ações da PF (Polícia Federal) despertaram também o olhar daqueles que estão traçando seu objetivo profissional e querem, de alguma forma, promover mudanças no cotidiano do país. Se observarmos os números do Ministério da Educação, vemos que o índice de matrículas no curso de Direito cresceu 35% nos últimos cinco anos, enquanto o País já somava 1 milhão de advogados. E vimos crescimento de 36% no número de alunos em busca de cursos preparatórios para concursos públicos e OAB. Então, por que não dizer que o Brasil é o País das carreiras jurídicas?

E isso não é moda passageira. Profissão centenária, vemos o Direito como tendência para os próximos anos, tendo em vista o verdadeiro legado que as ações da PF e do Judiciário estão deixando para as próximas gerações de profissionais. Mais do que nunca, temos a certeza de que a lei vale para todos e precisamos de pessoas que coloquem isso em prática. As empresas também se esforçarão cada vez mais para ter área jurídica qualificada para combater atos ilícitos. A verdade é que temos setor em franca expansão e que está abrindo espaço para os vários profissionais que temos formados e que estão em formação nas faculdades. Hoje, temos um profissional do ramo para cada 209 mil habitantes, o que nos coloca entre os países com mais densidade de advogados em relação à população, por isso, ações como as citadas acima são fundamentais para abrir ainda mais espaço para que eles possam atuar em seu segmento.

Por exemplo, hoje 37% dos nossos alunos buscaram cursos preparatórios para o Exame da Ordem. Embora tenhamos exame cada vez mais difícil e com índices acirrados de aprovação, fato que nos faz cobrar cada vez mais compromisso e transparência por parte das instituições responsáveis por sua aplicação, o número cada vez maior de graduados nos faz ter essa visão um tanto inflada da área jurídica. Há espaço para todos.

O Direito é profissão que se divide em amplo leque de áreas de atuação, e é justamente isso que as pessoas estão começando a enxergar. Indo além dos escritórios de advocacia, temos diversas carreiras públicas em expansão. Hoje, temos forte procura por funções policiais, como a de delegado. Mas daqui há algum tempo, poderemos ver crescimento em áreas ligadas aos ramos trabalhista e previdenciário, visto as mudanças na legislação. Podemos dizer que essa é profissão que se molda com o tempo e com as necessidades do Brasil, País que mais do que nunca vê e precisa desse crescimento no setor jurídico.

Renato Saraiva é professor, escritor e empresário.

Palavra do leitor

Custos
Quanto à promessa do atual prefeito de Diadema em construir outro prédio no mesmo terreno do Hospital Municipal, o chamado Piraporinha (Setecidades, dia 23), gostaria de saber se ele, Lauro Michels Sobrinho, fez levantamento dos custos para não apenas erguer os oito pavimentos, mas, principalmente, instalar os equipamentos e manter equipe de funcionários. Mesmo que tenha esses dados, sou um pouco pessimista e acredito que pacientes de outros municípios continuarão procurando o hospital. Para completar, atualmente o hospital não pode se recusar a atender pacientes de fora com o risco de cometer crime por omissão de socorro. A situação é caótica e dá pena dos pacientes ali internados ao ler esse tipo de reportagem. Até porque, tenho certeza de que o prefeito, quando fica doente, não vai procurar atendimento nos hospitais públicos de Diadema ou outros municípios.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Intervenção
Intervenção está em todas as rodas de conversas, na imprensa e nas redes sociais. Tudo por conta do decreto presidencial que determinou interferência na área da Segurança pública no Rio de Janeiro. A pergunta que se faz é: todos os bandidos serão presos e condenados, inclusive políticos ladrões que levarão o Rio ao caos econômico e de insegurança e violência em que se encontra? A intervenção pode não ser o melhor antibiótico, já que o Estado está na UTI em suas finanças, com salários do funcionalismo, inclusive de policiais, em atraso. Mas, por outro lado, é instrumento previsto nesses casos em nossa Constituição para situações excepcionais e extremas. Tem de ficar claro que mesmo com a intervenção federal não se pode violar direitos fundamentais e individuais da população por serem causa pétreas. A intervenção, por outro lado, causou discórdia entre ONGs que monitoram e dão assistência nas comunidades, especialmente porque a crise na Segurança pública, de longe, não é exclusividade do Rio. O fato é que a situação é mais grave do que o mostrado!
Turíbio Liberatto
São Caetano

Gestor ou político
Qual é diferença entre gestor e político? Ao que me parece, nenhuma. Visto que, no início de sua gestão como prefeito da cidade de São Paulo, o senhor Doria dizia que não era político e sim um “gestor” (Política, ontem). Ficou bonita essa palavra, mas passou um tempo para ele virar político. Aliás, sempre imaginei o motivo de uma pessoa rica em se meter nessa política suja que hoje vemos por aqui. Bem provável que para levar vantagem em algo. Mas depois li uma entrevista com o senhor Ciro Gomes que me deixou com o pé atrás. De onde vem a riqueza do senhor Doria? Ciro afirmou que Doria não tem plantações de nada nem fazendas nem um bom comércio e muito menos fábrica de algum produto. Ficou rico fazendo reuniões com políticos importantes. Então, está no meio deles, é político também. Melhor seria não votar nele.
Breno Reginaldo Silva
Santo André

Extradição
Conforme noticiado, o Brasil pede aos Estados Unidos a extradição de Frederik Barbieri, preso no sábado, na Flórida, e apontado como o maior traficante de armas para o Brasil. Extradição para quê? Como ele já tem cidadania norte-americana, com certeza terá uma condenação e cumprimento de pena exemplar. Aqui no Brasil, certamente terá uma prisão domiciliar podendo curtir um bom uísque na beira da piscina.
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Cultura e Educação
Como pode isso? É o que me deixa mais triste, essa história. O nosso rico Brasil também é farto em Cultura, não precisa de nada que venha de fora, dos Estados Unidos ou de qualquer outro. Apesar de toda a repressão do Estado, como exemplo o que é feito com negros e indígenas, ainda assim talentos diversos e multiculturais se expandiram pelo País, como um respiro à liberdade. Nessa mistura de povos, entre brancos, negros e índios, muita coisa se desenvolveu. Há também repressão na sociedade, em nossas casas. O modo de pensar e agir diferente são reprimidos pelos pais aos filhos desde sempre. Quererem adestrar uma criança como se adestra um cachorro, dando prêmios aos acertos e possíveis punições e repreensões aos erros, formando pessoas frustradas, podadas e receosas com a vida. Essa questão de querer adestrar uma criança é horrível, mas foi o que eu ouvi numa conversa entre uma veterinária e um apresentador de programa de TV na semana passada. Fora o que o Estado vem sabotando todas essas gerações na Educação, desde antes da época do regime militar. Enquanto não cuidarem melhor dos pequenos, o que serão dos adultos?
Rafael Alves
Santo André

Olha o passarinho!
Que ninguém se engane nem se espante com soldados da força de intervenção no Rio de Janeiro fotografando moradores e seus documentos, como RGs e CHNs. Eles estão aproveitando esses raros dias de “turismo” na “Cidade Maravilhosa” para tirar algumas selfies como lembrança para mostrar para suas famílias quando voltarem para casa. Com ironia, por favor!
Maria Elisa Amaral
Capital