Política Titulo Editorial
Parlapatice anestésica
Por Do Diário do Grande ABC
30/08/2015 | 11:47
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Arte/DGABC


“A Saúde de Diadema está um percalço.” Foi com essa frase que o então candidato a prefeito Lauro Michels (PV) abriu sua análise sobre o setor no debate que o Diário promoveu no segundo turno da eleição de 2012. Dias depois, o verde venceu Mário Reali (PT) e conquistou o Parque do Paço. Na mesma oportunidade, há três anos, prometeu criar plano de cargos e salários exclusivo para médicos, enfermeiros, auxiliares e profissionais da área. Disse que cortaria 35% dos comissionados para aumentar o salário dos efetivos. Afiançou que tornaria o atendimento mais humanizado.

Passaram-se 32 meses daquele 1º de janeiro de 2013, quando assumiu a responsabilidade de transformar as palavras e ações. E o que se vê ainda hoje é falta de médicos, demora no atendimento de emergência, fila de meses para marcação de consulta com especialistas e equipamentos de Saúde lotados. As mesmas dificuldades outrora criticadas por ele.

Lauro Michels tirou em maio deste ano uma carta da manga. Enviou para a Câmara projeto de lei pedindo autorização para terceirizar o setor. A intenção era dar nas mãos de OSs (Organizações de Saúde) a gerência das unidades da cidade. O verde queria pressa na avalização dos vereadores, o que ocorreu nas sessões dos dias 14 e 21 daquele mês. As plenárias foram tumultuadas. Houve confronto entre servidores e oposicionistas, que protestavam contra a medida, e a GCM (Guarda Civil Municipal).

Depois de pouco mais de três meses daqueles episódios, a gestão Lauro Michels não deu andamento à terceirização. Há de se ressaltar que tirar da Prefeitura o gerenciamento do setor já é a admissão de incapacidade. Por outro lado, esquecer a iniciativa que, para ele, seria a solução dos problemas, escancara da mesma forma a inabilidade na condução da coisa pública.

Enquanto as derrapadas de Lauro Michels se acumulam, quem sofre é o povo, que clama por serviços adequados nas unidades de Saúde. A população acreditou no discurso do candidato. Ou foi tudo parlapatice para anestesiar o eleitor, senhor prefeito?




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