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Santo André pedirá que Justiça suspenda demolição de imóveis

Moradores do Recreio da Borda do Campo foram recebidos ontem na Prefeitura para solicitar ajuda para solucionar problema ambiental antigo

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
25/05/2017 | 07:00
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 A Prefeitura de Santo André se comprometeu, em reunião realizada na manhã de ontem, a solicitar audiência junto ao MP (Ministério Público) para propor a suspensão da sentença que determina a demolição de pelo menos 17 imóveis erguidos em área de proteção ambiental no Recreio da Borda do Campo. A ideia da administração é aguardar a regulamentação da Medida Provisória 759/2016, que atualiza a política de regularização fundiária no âmbito nacional, para traçar novo diagnóstico a respeito da quantidade de moradias que permanecerão em situação irregular no bairro.

Pelo menos 11,5 mil famílias vivem atualmente na área de manancial protegida pela lei Billings 13.579/2009, sendo muitas delas em construções erguidas em área superior a 30% do total dos lotes – que têm em média 1.000 m² –, o que não é permitido. Conforme a decisão do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Genilson Rodrigues Carreiro, o desmembramento dos terrenos sem licença urbanística e a supressão da vegetação corresponde a crime ambiental. A sentença determina que as derrubadas ocorram até o dia 9 de junho.

“A atual gestão pegou o processo em fase de cumprimento da sentença. Além disso, trata-se de questão ambiental regida por leis federal e estadual, o que impede que a Prefeitura atue diretamente. O que vamos fazer, até por questão de solidariedade com os moradores, é tentar intervir junto ao Ministério Público”, explica o secretário de Habitação e Regularização Fundiária Fernando Marangoni.

Na visão do secretário, trata-se de situação incoerente por parte das antigas gestões, que não só permitiram o loteamento irregular do bairro como também levaram para a área afastada equipamentos públicos de Saúde, Educação e infraestrutura, como água, esgoto e iluminação pública. “Os moradores têm sido notificados e autuados há anos. Em contrapartida, a Prefeitura foi conivente. Não é coerente que o poder público contribua com a situação durante 30 anos e agora queira derrubar as casas”, observa.

A expectativa é a de que, após regulamentação da MP 759, estudo seja capaz de identificar quantos imóveis do Recreio da Borda do Campo estarão aptos a ser regularizados. “Já iniciamos processo de regularização fundiária em algumas áreas da cidade, como é o caso do Centrevile, a diferença é que lá não temos a questão ambiental. Teremos um novo plano municipal de regularização baseado na lei atualizada e, certamente, o Recreio da Borda do Campo entraria no pacote”, ressalta Marangoni.

Para os moradores, a reunião foi produtiva, tendo em vista a abertura de diálogo. “Não conseguimos um prazo, mas a Prefeitura se mostrou disposta a ajudar. Queremos mais tempo para nos adequar à lei”, destaca o líder comunitário Almir Correia.




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