Política Titulo 1º dia
Tributos para Eduardo marcam primeiro dia do horário eleitoral

Propagandas de PSB, PT, PSDB e PV dedicam estreia da campanha na TV ao presidenciável

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/08/2014 | 06:54
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Reprodução


Na estreia ontem do horário eleitoral na TV, os principais candidatos a presidente da República prestaram homenagens ao presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo há exatos sete dias. A propaganda socialista utilizou todo o tempo para explorar exclusivamente a figura do ex-governador de Pernambuco, mostrando declarações e imagens de campanha. Em vias de anunciar a ex-senadora Marina Silva como a cabeça de chapa, o partido não mencionou o nome da vice durante a inserção inicial.

Foram usados vídeos de Eduardo, que seria o postulante na corrida atual pelo Palácio do Planalto, como comícios e visitas a fábricas, além de gravações de arquivo com a família e relacionadas a eleições anteriores. “Não à corrupção e a 39 ministérios. Não vamos desistir do Brasil”, reproduziu a propaganda, ao finalizar a peça com a foto dos outros seis envolvidos na tragédia do avião, em Santos. Então vice da dobrada, Marina tem destaque no encerramento do tributo apenas com abraço simbólico no presidenciável.

Concorrente pelo PSDB, o senador Aécio Neves abriu o programa com a homenagem. Ele afirmou que tinha relação de amizade de 30 anos com o socialista, relatando a proximidade desde a campanha das Diretas Já. “Eu acompanhando meu avô, Tancredo Neves, e Eduardo o seu Miguel Arraes já na luta para mudar o País”, disse o ex-governador de Minas Gerais. Na propaganda, o tucano declarou que a melhor celebração ao presidenciável do PSB é colocar em prática as ideias que ambos tinham em comum.

Aécio disse que o País está pior do que há quatro anos, evitando entrar em embate com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o tucano, problemas antes superados como a inflação estão batendo à porta. “A economia parou de crescer e emprego começa a desaparecer.”
No espaço da presidente Dilma Rousseff (PT), pleiteante à reeleição, Lula, principal cabo eleitoral do PT, ficou incumbido de fazer o tributo – Eduardo foi ministro de Ciência e Tecnologia durante seu mandato. Apesar de rixas com a candidatura do socialista, o ex-presidente falou que ele e Eduardo tinham afeto de pai e filho. “Sua luta sempre foi, e continuará sendo, a nossa luta.”

Lula argumentou que seu segundo mandato (2007-2010) foi melhor do que o primeiro (2003-2006), com “mais segurança”. O petista defende que Dilma do mesmo modo fará nova administração por “vencer pior crise da economia, sem diminuir emprego”. “Vote sem receio e fique certo que não vai se arrepender.”

O PV também usou o período para expressar luto.


PPS pede voto a Aécio, Dilma vai para a cozinha e Tiririca imita ‘Rei’


A primeira propaganda reservou curiosidades na intenção de atrair os votos do eleitorado e erros de gravação. As candidaturas do PPS a deputado federal, por exemplo, tiveram seus nomes vinculados ao presidenciável Aécio Neves (PSDB). O problema é que no cenário nacional a legenda está coligada com o PSB. Os populares-socialistas só encamparam apoio ao tucanato na esfera estadual, dando suporte a Geraldo Alckmin. Na horário eleitoral noturno, a sigla retirou o nome do senador mineiro.

De maneira inusitada, a presidente Dilma surge na cozinha, como dona de casa. De blazer verde, ela aparece cortando um tomate, sem avental. Com quase o dobro de tempo dos seus adversários, a campanha do PT tira o aspecto gerente do projeto eleitoral de 2010 para utilizar a imagem da mulher ligada à família. Longe do estilo linha-dura da petista, a propaganda explora o lado mãe e avó da candidata à reeleição.

Com a música O Portão de fundo, o deputado federal Francisco Everardo, o Tiririca (PR), imitou o cantor Roberto Carlos. “Eu voltei agora pra ficar”, frisou a mensagem do republicano, ao concluir que “Brasília é o seu lugar”. Na propaganda, o parlamentar aparece aos risos com um prato de carne em referência a famoso frigorífico, comercial protagonizado pelo Rei. O espaço é repetido a pedido do próprio humorista. No horário eleitoral da tarde, ele fez mistério sobre sua atuação nas inserções do PR.  




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