Se você tem um carro do segmento popular e vai brincar o Carnaval, cuidado porque pode ter gente mal-intencionada à espreita para fazer Folia com o seu possante. As ocorrências de roubos ou furtos fazem o samba desandar e acabam com a festa de muita gente.
A pedido do Diário, a Ituran, empresa especializada em rastreamento, que tem aproximadamente 130 mil veículos monitorados na região, mapeou dados referentes a seis das sete cidades do Grande ABC, nos últimos 180 dias. E, com base nos seus registros, aponta Santo André como a cidade com maior incidência, com 49,23%, seguida por São Bernardo (19,33%) e Mauá (19,03%).
O Palio é o carro preferido dos ladrões, com 18,48% de ocorrências, seguido pelo Uno (12,61%) e Gol (12,32%). A maioria das subtrações é registrada no período da tarde e noite e a cor mais levada é a prata.
“Os carros são rapidamente cortados em desmanches ilegais. O Palio aparece em primeiro porque é um dos modelos mais vendidos e a cor prata também é uma das mais comuns nas ruas ”, detalha Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran Brasil. Ele destaca o grande número de desmanches ilegais localizados em Santo André.
“Os carros populares são os mais procurados por bandidos porque seus donos, por dificuldades financeiras, acabam comprando peças em desmanches ilegais. Assim, seus donos acabam incentivando esse ciclo vicioso”, complementa.
Por meio do monitoramento, a empresa consegue saber de onde o carro saiu e para onde foi levado. Assim, com a experiência adquirida, já é possível posicionar os integrantes das equipes de rua em locais próximos aos endereços mais comuns de desmanches. “Hoje os carros são rapidamente cortados porque, enquanto não existe queixa de roubo, as peças não são ilegais. Então não há como a fiscalização identificar”, pontua.
Dentre os veículos levados, 65% das ações ocorrem por furto e outros 35% por meio de roubos. Na ausência do proprietário, os bandidos utilizam um módulo de ignição, para ligar, e um jammer (capetinha) para bloquear o sinal do rastreador.
Os pontos mais visados da região são próximos a estações de trem ou terminais de ônibus. “Existe a questão da mobilidade. Os motoristas vão de carro até um certo ponto, deixam seus veículos e depois ingressam no transporte público. Só vão saber se houve furto quando retornar”, diz Boutti.
Segundo ele, este é o principal motivo de as comunicações ocorrerem em sua maioria à tarde ou noite. “Acredito que os furtos ocorrem em horário comercial, pois é quando o desmanche está aberto”, aponta.
Para não lamentar na Quarta-Feira de Cinzas ou em qualquer outra data, o especialista dá algumas dicas básicas. “A primeira é fazer seguro. Depois, parar em local confiável (estacionamentos) e a terceira é evitar regiões de alto risco.”