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ABC da Economia
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ABC da Economia
Governança corporativa, empresas e conselheiros
Por Eduardo de Camargo Oliva e José Turíbio de Oliveira
professores e pesquisadores do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano)
09/08/2019 | 07:29
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Em artigo que publicamos no Observatório da USCS, enfatizamos o papel do conselheiro de administração nas principais decisões do modelo de negócio e na transformação da cultura da organização, favorecendo o êxito e o trabalho da diretoria na busca dos resultados empresariais.

A adoção das boas práticas de governança pelas empresas é impulsionadora dos valores empresariais. Em se tratando de empresas que buscam condições diferenciadas junto a seus investidores, tais práticas transmitem segurança e confiabilidade, duas condições almejadas por todos aqueles que se dispõem a colocar recursos em organizações com fins lucrativos.

O próprio critério para seleção de empresas que serão elencadas no rol do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3), já é um indicador de seletividade. São escolhidas empresas com as 200 ações mais líquidas na bolsa. Para compor o ISE, no período de janeiro de 2019 a janeiro de 2020, a B3 listou 30 empresas, que representam 48,66% do total do valor das empresas com papéis negociados na bolsa de valores. Entre elas AES Tietê, CCR, Ecorodovias, Fleury, Light, Santander, B2W, Cemig, EDP, Lojas Americanas, Telefonica, Banco do Brasil, Cielo, Eletrobras, Itaú-Unibanco, Lojas Renner, Tim, Bradesco, Copel, Eletropaulo (atual Enel), Itaúsa, MRV, Vale, Braskem, Duratex, Engie, Klabin, Natura e Weg.

A apuração conduzida pela B3 desde a criação do índice em 2005 até novembro de 2018 mostrou que a carteira de ações de empresas do ISE teve performance positiva da ordem de 203,80%, contra 175,38% do Ibovespa.

Os investidores devem estar atentos às tendências e às condições de movimentações na governança corporativa das empresas, de maneira a se sentirem estimulados a encontrar modelos de gestão e boas práticas de governança que tornem tais organizações mais adequadas ao perfil de uma sociedade empresarial moderna e com elevado profissionalismo.

Diversos autores apresentam tendências para a governança corporativa, destacando-se: a – instituição do conselho de família: atuação na convivência entre a família detentora da maioridade do capital e a empresa; não atua diretamente na governança da empresa, mas cuida dos interesses da família; b – foco nas avaliações das agências de rating: agências especializadas em avaliações empresariais em relação às boas práticas de governança; c – autorregulação: conjunto de procedimentos e normas adotado pelas empresas para que se dê cumprimento aos padrões de governança corporativa; d – instituição do balanço social: refere-se ao conjunto de informações a respeito das atividades das empresas em relação à sociedade com a qual ela se relaciona; e – adoção do DVA (Demonstrativo de Valor Adicionado): apresentação pela empresa da riqueza por ela gerada, correspondendo, de maneira ampla, à diferença entre os insumos adquiridos e o valor das vendas e/ou serviços realizados; f – certificação: possibilidade de uma certificação para as empresas que praticam a governança corporativa; g – amplitude ou abrangência: maior amplitude (ou maior abrangência) das práticas de governança corporativa que passam a atingir todos os stakeholders (governos, entidades não governamentais, fornecedores, clientes etc); h – convergência: tendência à unificação dos princípios, códigos e práticas de governança corporativa em todos os países.Um dos assuntos que vêm trazendo preocupação aos conselheiros é o tema inovação e tecnologia. O conselheiro deve ter conhecimentos e preocupações digitais. Os clientes diretos ou os clientes do cliente esperam da empresa uma postura que demonstre ações digitais. No encontro de conselheiros do IBGC de 2018, foram tratados diversos temas, como big data, internet das coisas, robotização, aplicativos, e se concluiu que transformar a empresa para a realidade digital exige uma profunda transformação da cultura organizacional. O conselheiro, além de saber avaliar e decidir sobre as tecnologias, precisa atuar para fazer chegar nas estratégias empresariais novos valores, crenças e a mensagem de que o futuro e a sobrevivência da empresa dependem da renovação contínua de seu portfólio, abrindo espaço para startups e associações empresariais que elevem a empresa a novo patamar de modelo de negócio. 




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