O comerciante de Sao Caetano J.G., 45 anos, perdeu R$ 1.720 ao cair no golpe. Ele leu em um jornal, no dia 5 de novembro, um anúncio de um Corsa Wagon 2000, motor 1.0, por R$ 17 mil, enquanto seu valor normal é de no mínimo R$ 20 mil. J. ligou para o número celular deixado no classificado e falou com uma mulher, que lhe pediu o telefone. A partir daí, os golpistas passaram a ligar para ele. Um homem que se identificava como gerente financeiro do Banco GM era quem falava. "No primeiro contato, ele disse que o carro já havia sido vendido. Depois, falou que tinha um de outra cor", contou o comerciante, que teve de preencher um cadastro e enviá-lo via fax juntamente com cópias do RG, CIC e de um comprovante de residência.

As negociaçoes avançaram, e, depois de J. receber uma proposta com papel timbrado da GM, ele fez o depósito em uma conta corrente do Bradesco, em nome de uma suposta funcionária da GM, que seria proprietária do Corsa 0 Km. "Eles queriam que eu depositasse 20% do valor para segurar o veículo mas consegui acertar em 10%." O restante seria pago no momento da retirada do carro. O comerciante teve de enviar o comprovante de depósito e chegou a receber um fax com a cópia da nota fiscal, características e até a placa do carro. Deveria pegar o carro na última terça-feira, mas novos contatos dos bandidos tentaram adiar a entrega. "Fui até a GM e descobri que foi um golpe", disse.

Também no dia 14, o policial militar W.S.M., 26 anos, registrou um BO dizendo ter sido vítima do mesmo golpe. No caso dele, o veículo era um Astra Sedan que também foi anunciado em jornal. Ele depositou R$ 793 para os bandidos.

Segundo a polícia, a quadrilha abre conta-poupança - em que as exigências sao menores -, usa nomes e endereços fictícios, usa celulares pré-pagos e aluga o fax. A assessoria de imprensa da GM informou que nenhum funcionário está autorizado a vender um carro 0 Km. O golpe vem sendo aplicado desde 1997.