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Sábado, 27 de Abril de 2024

Um brinde a José
Do Diário do Grande ABC
24/12/2019 | 09:12
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“...O carpinteiro levantou os olhos para as três grandes pedras que, lá no alto, juntas como gomos de um fruto, pareciam estar esperando que do céu e da terra lhes chegasse a resposta às perguntas que lhes fazem todos os seres e coisas, apenas por existirem, ainda que não as pronunciem, Por que estou aqui? Que razão conhecida ou ignorada me explica?” (José Saramago).
 
A figura que mais me encanta no Natal é José. Acho incrível como aceitou a história de Maria. Um anjo veio e disse que ela teria um filho de Deus. Ela conta para José e ele acredita, aceita e acolhe. Cria o menino como seu, corre riscos por ele, ama e educa. O carpinteiro José, discreto e humilde. Admiro e sinto-me muito pequeno diante da lembrança dele.

Imagina hoje, quantos Josés existem? O menino Jesus um belo dia some e quando o encontram está lá conversando com os rabinos. Bronca? Castigo? Nada. O bom e velho José aceita e acolhe. Ele é uma Constituição, com fundamentos e princípios claros de como criar um salvador. E assim chegou Jesus à vida adulta e ao sacrifício. E é principalmente nesse momento que a minha fantasia diverge da fantasia comum.

Esse Jesus que brigou no templo, enfrentou as autoridades religiosas,  aceitou acusações injustas, sofrimento físico e a morte na cruz, era assim porque era o filho que José criou, com firmeza de caráter, determinação, coragem. Pois quem mais deu um exemplo desses a Jesus? Deus, distante e ambíguo, incapaz de um tete a tete direto com Maria, a ponto de mandar mensageiro para decisão tão fundamental? Não. José, esse sim foi o macho que deveria ser lembrado e celebrado como o modelo do homem que compõe, agrega, aceita e assume o amor da mãe – a Maria que gerou o menino que foi salvo por José, rápido no gatilho, que soube que deveria fugir quando o rei maluco queria matar todos os primogênitos. Poderia ter aí, José, testado o Deus fecundador. 

Ora, se é Deus, por que sou eu, o carpinteiro, que tenho de fugir, correr riscos, dormir ao relento, ver minha esposa dar à luz em meio aos bichos, para salvar o filho que nem é meu? Mas ele não entrou nessa discussão cheia de testosterona com o Pai celestial. Fez a parte dele. E sem cobrar crédito ou reivindicar privilégios. 

Nasceu o menino Jesus, bonitinho, moreninho, os cabelos e olhos negros como os do lugar, chorando e buscando o seio e o amor maternos. O pai, sabe Deus onde estava. Mas José estava ali, ao alcance da mão. Esse José eu brindo no Natal. Sem ele, não haveria Jesus. Ou haveria. Mas não seria amoroso e cheio de compaixão. Jesus teve com quem aprender. E aprendeu. Mazal Tov (boa sorte).

Daniel Medeiros é doutor em educação histórica e professor de história no Curso Positivo.

PALAVRA DO LEITOR

Boas-Festas
O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas a Porsche Brasil; Rodrigo Soares; Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo); Trombone Comunica; Giba Marson e Marizete; Infoeng – Soluções Integradas; La Famiglia BrasilItália; Luiz José Moreira Salata; CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço); Editora Atheneu; Museu Imperial; Maurício Vicente Ferreira Junior; Patricia França; João Pedro Abdu; Equipe Parluto Advogados; Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo); Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo); Mayara Moraes; vereador de São Paulo Gilberto Natalini; UPscale Eventos; Vanderléa Cardozo.

Natal
[Estamos à véspera do Natal, e claro que é impossível não pensar nas tantas famílias que estão desempregadas, com dívidas e quase não tendo o básico necessário. Sendo assim, direciono minha fala a você que está neste momento um pouco mais equilibrado, ou seja, empregado, com as contas pagas, e pedir que, se possível, tente separar alguns alimentos e abençoar ao menos uma família. Nesta época do ano tenho o hábito de deixar produtos em meu carro e quando vejo necessidade por perto paro e entrego uma sacola para alguém. Outra forma também é você, mulher, pegar bolsa que não usa mais e colocar dentro batom, desodorante, escova de cabelo etc, e presentear alguma mulher que esteja na rua. Vamos nos lembrar das palavras do aniversariante do mês, o Senhor Jesus, e seguir o que ele declara, ‘que é sempre melhor dar do que receber’. Tenhamos todos Feliz Natal e novo ano com muita saúde! Esta e minha oração por todos que acompanham minhas escritas neste amado Diário. Deus abençoe a nós todos.
Rosângela Caris
Mauá

Decoração
Concordo plenamente em gênero, número e grau com as declarações da lojista Talita Girotto Polônio, a respeito da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) estar com o nome sujo pelo não pagamento de multa aplicada pela Prefeitura, por falha na prestação de contas do Natal Iluminado de 2016 (Política, dia 19). Aliás, entendo que essa responsabilidade (decoração) nem é da entidade representativa do comércio. É importante que os prefeitos tenham em mente que vale apenas investir nesta época do ano. Se os chefes do Executivo tivessem maior visão, destinariam verba especial para decorar as principais ruas, praças e avenidas da cidade. Isso, com certeza, servirá de atrativo para que as pessoas saiam de casa à noite para suas compras ou mesmo para simples passeio.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Ah, a vida!
Aproximam-se os festejos de fim de ano e para muitas pessoas esta é época de angústia e decepções inexplicáveis. Há momentos da vida em que as coisas não andam como gostaríamos e quanto mais tentamos resolver os problemas, mas eles pioram. Pode ser diagnóstico médico que não esperava, dívidas em atraso, perda de familiar, demissão inesperada e o término de relacionamento de anos, entre outros. Essas situações podem gerar sensação de vazio, de impotência, angústia incontrolável. E por causa delas muitos não veem solução para lutar. A única saída que parece possível é acabar com tudo, com a própria vida. Inúmeras pessoas sentem isso sem razão aparente. Elas não veem brilho em suas vidas nem acreditam que exista razão para viver. Essas pessoas têm de lembrar que ainda não existe nada mais importante e mais valioso do que a sua própria vida e têm de lutar contra tudo e contra todos para mantê-las vivas, que é o que mais importa.
Turíbio Liberatto
São Caetano

Precariedade
Este nosso querido Diário noticia ‘recorde de mortes por atropelamento’ (Setecidades, dia 20). Em tantas edições registrou a precariedade e, até, a inexistência das calcadas, dos nossos passeios públicos, que, de quando em quando, obrigam o pedestre a arriscar-se pelo leito carroçável ou pela novidade de ciclovias. Lamentável que as nossas autoridades (não conheço exceções) não se preocupem com o pedestre. Tudo para auto<CW-19>móveis, para motos e para bicicletas. Nossas vias, à exceção dos loteamentos antigos da antiga São Bernardo, eram amplas e as calcadas também. Exemplos das avenidas Portugal, em Santo André, Senador Flaquer e Getulio Vargas, em São Bernardo, com amplas calcadas deixaram de servir de modelo aos loteamentos dos anos 1960 para cá, liberados com ruelas que mal comportam os postes da rede elétrica. E calçadas, quando existente espaço para elas, executadas com gritante inobservância das normas ABNT e do Código de Obras. Vergonha. Pena que tanto se gaste e nada pela segurança do pedestre.
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo 




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