Na última década, casos de funcionários de bancos suíços que fogem com dados de clientes e os vendem no exterior têm se proliferado. Desde 2006, acredita-se que só o fisco alemão pagou 18 milhões de euros por informações de diversos delatores. No auge da crise entre Alemanha e Suíça, políticos em Berna chegaram a acusar Berlim de adotar "métodos nazistas" para "roubar" dados.
Mas a prática ganhou adeptos, obrigando os bancos suíços a adotar duras regras de monitoramento de seus funcionários.
Aos fiscos estrangeiros, o pagamento de listas de clientes provou ser uma prática lucrativa. Os governos conseguiram identificar milhares de contribuintes e recuperar bilhões de euros que eram evadidos em impostos e contas não declaradas no exterior.
A prisão do suíço revela que o caso ganhou dimensão política. Identificado como Daniel M., o homem de 54 anos é suspeito de ter operado como espião no setor financeiro alemão desde 2012.
O governo suíço diz que a espionagem é, de fato, da Alemanha. Na Suíça, ordens de prisão foram emitidas contra três inspetores do fisco alemão, acusados de espionagem econômica. Para Berna, o que o enviado do governo fazia era "contraespionagem" e seu trabalho foi conduzido "dentro da lei".
De um banco em Frankfurt, o espião fornecia informações ao governo suíço sobre quem era quem no setor financeiro. Se condenado, ele pode pegar dez anos de prisão. A Suíça insiste que a compra de dados roubados não pode legitimar o uso de informações pelos fiscos. Mas, depois de o caso chegar à Corte de Justiça da Europa, a Alemanha ganhou esse direito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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