Política Titulo Editorial
Dividir custos
Do Diário do Grande ABC
30/03/2017 | 11:22
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Aline Pietri/DGABC


A proposta do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), de repassar para as concessionárias os custos do tratamento hospitalar dos feridos em acidentes ocorridos em rodovias que cortam a cidade conserta desequilíbrio histórico no relacionamento entre poder público e iniciativa privada. A medida, aprovada ontem por unanimidade na Câmara, divide os custos entre ambos. Hoje, as empresas auferem os lucros da atividade, por meio da cobrança dos pedágios, e o município paga a conta diante de qualquer eventualidade.

E não é pouca coisa. Segundo dados do governo são-bernardense, os equipamentos de atendimento da cidade registram mensalmente a entrada de cerca de 30 casos de acidentados nas estradas. Além de sobrecarregar o já sufocado sistema público, a situação piora devido aos escassos repasses do governo federal, via SUS. Necessário ressaltar que os procedimentos exigidos por pacientes de ocorrências automobilísticas geralmente são de alta complexidade, mais dispendiosos.

É evidente que as concessionárias vão chiar – e Orlando Morando certamente não ignora que pode enfrentar reação das empresas, acostumadas apenas a contabilizar lucros. Os argumentos que sustentam o projeto de lei ora aprovado, todavia, mostram que o município já não é mais capaz de suportar sozinho os custos cada vez mais altos das atividades médicas destinadas a acidentados. A iniciativa privada precisa compreender que chegou a hora de colaborar um pouco mais para aliviar a pressão que suas atividades exercem no cotidiano administrativo das cidades em que atuam.

São Bernardo é pioneira na aprovação do projeto. Em se saindo vitoriosa da batalha jurídica que certamente advirá a partir do momento em que a cobrança passar a ser executada de fato, a cidade também servirá de exemplo para outros municípios da região, do Estado e do Brasil. O bem-estar de motoristas e passageiros que utilizam as rodovias do País deve ser assegurado tanto pelas concessionárias quanto pelas cidades, portanto, é injusto que apenas uma parte arque com a conta. 




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