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Protesto contra o aço chinês deve reunir milhares em Bruxelas
14/02/2016 | 11:09
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Representantes da indústria de aço da Europa querem tomar as ruas de Bruxelas na segunda-feira, na tentativa de pressionar autoridades europeias a não conceder o status de economia de mercado à China. A medida tornaria mais difícil para empresas europeias se protegerem contra as exportações mais baratas do gigante asiático.

O protesto, que deve reunir cerca de 5 mil trabalhadores e empresários, segundo estimativas dos organizadores, acontece após governos europeus advertirem que o setor sofre um risco significativo de colapso. Ele também deve alimentar o debate sobre as denúncias de que a China tenta aumentar sua participação ao vender o produto abaixo dos preços de mercado, justamente em um momento em que o mundo passa por um período de excesso de oferta de aço.

Caso a União Europeia conceda o status de economia de mercado à China, fica mais difícil impor tarifas sobre os produtos chineses. Pequim, no entanto, afirma que um acordo de 2001 permitindo que ela se juntasse à Organização Mundial do Comércio (UE) significa que ela deve receber o status de economia de mercado em dezembro de 2016.

Industriais europeus afirmam que Pequim dá subsídios para impulsionar suas exportações e minar a competição no exterior. Para eles, a economia chinesa ainda é controlada pelo Estado e a UE deve levar isso em consideração na hora de conceder o status.

"Se a China obtiver o selo de economia de mercado, isto minaria a efetividade dos instrumentos de defesa do comércio da UE", disse Axel Eggert, diretor-geral da associação do Aço europeu, a Eurofer.

A indústria de aço europeia demitiu milhares de trabalhadores nos últimos meses, reflexo do excesso de capacidade no continente. Nos últimos dois anos, o segmento assistiu às importações de aço chinesas dobrarem de tamanho dentro da região, o mesmo tempo em que os pedidos feitos à companhias europeias voltaram a níveis anteriores ao da crise financeira de 2008.

"Na Europa, temos uma enorme crise de importação em massa causada pelos chineses. Este é o porque a UE deve utilizar seus instrumentos de proteção ao comércio contra o dumping da China da forma mais rápida possível", diz Hans Jürgen Kerkhoff, presidente da associação alemã do aço. Ele espera levar 1,5 mil trabalhadores para participar da manifestação.

Atualmente, a UE tem 37 medidas de defesa ao comércio contra a importação de produtos de aço. 16 delas envolvem diretamente a China. Fonte: Dow Jones Newswires.




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