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Região exporta cães de raça
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
03/01/2005 | 17:34
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Nem só da indústria automobilística, moveleira e da Rota do Frango com Polenta sobrevive a projeção nacional do Grande ABC obtida ao longo do século passado. Aos poucos, o promissor comércio de cães de raça se estabelece na região para atender um público exigente, que não faz economia na hora de comprar um animal de estimação. Os principais pólos reprodutores de filhotes são Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires, que juntas têm cerca de 1,2 mil criadores. Este número equivale à metade dos canis cadastrados pelo Kennel Club do ABC, com sede em São Bernardo, entidade que concede registros de pedigree para cães na região e também em Guarulhos, Mogi das Cruzes, Suzano e Baixada Santista.

O principal ponto em comum entre os canis da região é a localização. Segundo Deise de Godoy Munhoz, secretária do Kennel Club do ABC, quase todos os criadores moram em sítios e chácaras. Em Santo André e Ribeirão, os canis concentram-se no entorno da rodovia Índio Tibiriçá. Em São Bernardo, a maioria está no subdistrito de Riacho Grande. Isso ocorre por causa do limite imposto pela Vigilância Sanitária, que autoriza a criação de até dez animais por estabelecimento em áreas urbanas.

Exemplares de beagle, pug, buldogue inglês e schnauzer estão entre as raças mais reproduzidas atualmente pelos canis da região. Segundo os criadores, fatores como a introdução no país de cães raros e a participação sazonal de algumas raças na publicidade são os que mais influenciam a venda de filhotes.

"O buldogue inglês está na crista da onda", conta o criador Amarildo Pires, 36 anos, de Ribeirão, sobre a raça da qual é especialista. Amarildo é proprietário do canil Ängelholm, que fica numa chácara do bairro Taquaral. Ali, o preço de um filhote de buldogue inglês varia de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil.

"A vantagem de ter um canil em Ribeirão é o ar puro e fresco. Isso facilita a respiração dos buldogues e dos pugs, que têm o foço nasal muito curto", explica o criador. O cuidado justifica o investimento feito por Amarildo durante os 15 anos de existência do canil: um dos machos da raça buldogue inglês foi trazido da Espanha e os parentes são campeões internacionais.

Criadora de cães há 20 anos, Lenir Baptista Mathias, 64 anos, de Santo André, se orgulha de já ter despachado filhotes de weimaraner para todo o Brasil e Argentina. Um dos exemplares voou ainda mais longe e participou de uma exposição na Bélgica. Weimaraners são a paixão de Lenir, que já criou raças mais populares como cocker spaniel e poodle.

Hoje ela possui cerca de 20 cães, entre weimaraners e beagles. No passado, a criação chegou a 60 exemplares. Metade dos atuais, formada por fêmeas com as ninhadas, fica na casa da criadora, no bairro Utinga, em Santo André. O restante fica num sítio em Ribeirão, batizado de Megui’s Burrow (Toca da Megui). Um filhote de weimaraner custa R$ 1 mil. Já o preço dos beagles varia de R$ 450 a R$ 1 mil, e estão entre os mais procurados devido à grande participação da raça em comerciais e filmes.




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